15/01/2022 às 08h54min - Atualizada em 15/01/2022 às 08h54min
Médicos da rede municipal decidem entrar em greve
Em carta aberta, profissionais da saúde alertam para sobrecarga de trabalho e o não pagamento de horas extras
Médicos da APS (Atenção Primária à Saúde) votaram por paralisar as atividades na próxima 4ª feira (19.jan.2022) e manter estado de mobilização permanente. A decisão foi tomada em assembleia realizada na 5ª (13.jan). Os profissionais, responsáveis pelo atendimento em unidades básicas de São Paulo, pedem reestruturação de equipes desfalcadas e um plano de reposição de médicos afastados.
Segundo o Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), a “categoria exige diálogo com a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde e a contratação imediata de mais profissionais da saúde”. O sindicato estabeleceu a próxima 2ª feira (17.jan) como limite máximo para que haja essa conversa. Caso contrário, a greve será mantida.
O sindicato diz que, com a pandemia, os médicos têm “sofrido com intensificação da sobrecarga, retirada de direitos e exploração”.
As reivindicações aprovadas na assembleia de 5ª feira (13.jan) foram:
- contratação imediata de mais equipes para o atendimento de síndromes gripais;
- garantia de condições mínimas de trabalho;
- desobrigação do comparecimento em fins de semana e feriados;
- retomada dos espaços de discussão entre o sindicato e a Prefeitura.
Em nota, a Secretária Municipal da Saúde diz ver com “estranheza a atitude do Sindicato dos Médicos em decretar uma greve” neste momento. “Durante estes dois anos de pandemia, foi criada uma mesa técnica com reuniões semanais, em que o Sindicato dos Médicos teve assento e participou de inúmeras discussões”, declara o órgão.
A secretaria afirma ter atendido solicitações dos médicos, como “pagamento de 50% do banco de horas extras, além do pagamento de horas extras na folha mensal”. O órgão diz ter contratado 280 novos profissionais e autorizado a contratação de mais médicos e enfermeiros.
Segundo a secretaria, foi marcada na 5ª feira (13.jan) uma reunião entre o sindicato e o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, para a próxima 4ª feira (19.jan). “Na noite do mesmo dia, de forma surpreendente, a diretoria do sindicato comunicou a greve”, afirma o órgão.
“Não é a primeira vez que o sindicato toma essa atitude. Já anunciou greve em outros momentos de difícil enfrentamento da pandemia. Vale ressaltar que os médicos e profissionais da saúde foram responsáveis e ficaram ao lado da população.”