A intenção inicial da ação era mobilizar pais e responsáveis para a vacinação de crianças entre um e menores de cinco anos contra a pólio e a atualização da caderneta de crianças e adolescentes menores de 15 anos.
A Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) disse nesta quarta-feira (21) que Brasil, República Dominicana, Haiti e Peru correm um risco muito alto de reintrodução da poliomielite, em meio à queda na cobertura regional de vacinação contra a doença para cerca de 79%, o menor desde 1994.
Por conta disso, o Ministério da Saúde decidiu prorrogar as campanhas de imunização contra a doença até o final deste mês. As campanhas começaram no dia 8 de agosto e iriam até a início de setembro.
Quase um mês após o início da campanha, apenas 35% das crianças de 1 a 4 anos haviam tomado a vacina, segundo dados da pasta. A meta é vacinar 95% do público-alvo, cerca de 14,5 milhões de pessoas.
Em discurso que citou poucas vezes a doença, erradicada do país em 1994, Queiroga elogiou feitos do governo no SUS (Sistema Único de Saúde) e exaltou-se ao mencionar o tema da corrupção, sempre lembrada por Bolsonaro ao atacar seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Nós recuperamos a Hermobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia), que vivia escondida nas operações da Polícia Federal, porque a corrupção é uma praga pior do que o vírus", disse.
O ministro da Saúde também falou que "aves de mau agouro" disseram que o Zé Gotinha (símbolo da campanha de vacinação da pasta) "tinha sido sequestrado".
Em maio, Lula afirmou num discurso que Bolsonaro havia mandado o personagem embora "porque pensou que era petista", ao criticar campanha de vacinação contra a Covid-19.
"Hoje nós temos a família Zé Gotinha porque o nosso governo defende a vida desde a concepção, defende a família defende as nossas mães e defende as nossas crianças", disse Queiroga.
O ministro também disse que "muitos falam, muitos criticam, e não sabem de nada porque vivem trancados em seus gabinetes e, às vezes, nos seus consultórios de luxo e quando têm um tempinho vão conceder entrevistas inúteis, na televisão".
"Imagina se a gente fosse pela cabeça dessa gente o que tinha acontecido? Essa gente é a mesma que fechou mil leitos hospitalares no período de 2008 e 2018? Ao invés disso fizemos uma encomenda tecnológica em tais meses, conseguimos fazer a transferência tecnológica e resgatar a capacidade do nosso país de produzir em vacina", disse.
Ele também afirmou que seus secretários são técnicos e que o Ministério da Saúde, em sua grande maioria, é composto por servidores públicos "ao contrário do que acontecia no passado" imediata.