22/06/2021 às 09h49min - Atualizada em 22/06/2021 às 09h49min

Governo Bolsonaro comprou vacina indiana Covaxin por valor 1000% maior que o estimado

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Foto: REUTERS/Adnan Abidi
O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comprou a vacina Covaxin, produzida pela farmacêutica indiana Bharat Biotech, por um valor 1.000% maior do que o estimado pela própria empresa seis meses antes. As informações estão em documentos do Ministério das Relações Exteriores, revelados pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Um telegrama da embaixada brasileira em Nova Dhéli, de agosto de 2020, mostrava que a Bharat Biotech estimada que cada dose da Covaxin custava 100 rúpias, valor que equivale a, aproximadamente, 1,34 dólares.

Segundo o Estadão, em dezembro de 2020, outro comunicado diplomático garantia que o imunizante seria mais barato que uma garrafa de água. No entanto, em fevereiro de 2021, o Ministério da Saúde do governo Bolsonaro pagou 15 dólares por cada dose da vacina. O valor correspondia, na época, a R$ 80,70.

O imunizante é o mais caro entre as seis vacinas compradas pelo Brasil. A Pfizer, por exemplo, vendeu cada dose por 10 dólares e o valor foi considerado um problema pelo governo federal.

Foi o próprio presidente Jair Bolsonaro quem deu a ordem para a compra da vacina Covaxin contra a covid-19. Enquanto as negociações com a Pfizer duraram 11 meses e com o Butantan pela CoronaVac duraram cerca de 7 meses, com a Bharat Biotech as tratativas levaram três meses.

A compra da Covaxin teve como intermediária a empresa Precisa Medicamentos. A companhia, agora, é alvo de investigação na CPI da Covid. A comissão recebeu autorização para a quebra dos sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário de um dos sócios da empresa, Francisco Maximiano. O depoimento dele está marcado para esta quarta-feira (23).


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