02/09/2019 às 20h50min - Atualizada em 02/09/2019 às 20h50min

Vítima de bullying, Dilma pede troca de nome, mas tem pedido negado

Metrópoles
Foto: Reprodução
A Justiça de São Paulo negou a uma mulher chamada Dilma a possibilidade de trocar de nome. Na ação, ela contava que sofria “bullying” por ter o mesmo nome da ex-presidente do Brasil e pedia para passar a se chamar Manuela. As informações são da BBC News.

A advogada de Dilma P., Isabelle Strobel, afirmou que sua cliente vai recorrer da decisão. Em entrevista, a jovem diz que ficou triste com o desfecho. “Continuo sofrendo bullying. Sei que o impeachment já aconteceu e a Dilma [Rousseff] aparece menos no noticiário. Mas não posso falar meu nome sem que pessoas deem risada. Não quero mais este nome”, conta.

Segundo a decisão judicial, “Dilma constitui prenome corriqueiro, sem qualquer conotação deletéria em si. Em princípio, não se trata de nome notoriamente vexatório”, escreveu o juiz Fábio Henrique Falcone Garcia, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Para o magistrado, “atualmente, Dilma Rousseff não é figura central nos noticiários, cuja atenção se volta aos mandatários do momento. Por isso, eventual constrangimento não pode ser atribuído ao nome em si, mas à degradação pública de uma figura que tem nome e sobrenome e cuja mácula coincide com o período em que sua imagem esteve em evidência nos noticiários e nas redes sociais”.

“Por essa razão, respeitado entendimento diverso, a exposição negativa de personagem pública não autoriza alteração de prenome que em si nada tem de ofensivo ou constrangedor. Ante o exposto, julgo improcedente o pedido”, conclui Falcone.

A jovem rebateu afirmação do magistrado: “O juiz não sabe o que eu passo diariamente”.

Impeachment

Em maio de 2018, Dilma P. disse que “nunca gostou” do nome de batismo, mas que não havia pensado em mudá-lo até o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

“Queria ter um nome mais popular, mas nunca pensei na vida em trocá-lo. Quando Dilma se tornou presidente, meu nome passou a ser mais conhecido e as pessoas diziam se tratar de um nome diferente. Ficavam surpresas que eu tinha o mesmo nome da presidente”, contou ela.

“Mas o impeachment chocou o país. Quando falo meu nome, todo mundo se lembra de Dilma e as piadas começam”, completou.

Ela afirmou que, em seu antigo trabalho – passou dois anos como analista de relacionamento de um banco -, tinha de conversar com clientes via telefone e bate-papo on-line. Chegou, inclusive, a pedir ao supervisor para mudar o nome. Diante da negativa, precisou criar um “roteiro” para evitar ser alvo de zombaria.

“Um cliente chegou a me dizer que, se eu estivesse diante dele, me mataria. Outro falou que não queria ser atendido por mim. Pedi ao meu superior que mudasse meu nome. Mas ele sugeriu que eu criasse um roteiro, de forma a explicar que eu apenas compartilhava o mesmo nome da presidente. Não deveria, portanto, ser vítima da fúria das pessoas”, disse.


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