12/07/2019 às 00h11min - Atualizada em 12/07/2019 às 00h11min

Alerta para a coqueluche na PB: bebê de 5 meses é diagnosticado com doença

Recomendação é que pais vacinem as crianças menores de seis meses. Este é o grupo mais propenso a desenvolver formas graves da doença

A Paraíba registrou o primeiro caso de coqueluche em 2019, no município de Campina Grande, em uma criança de cinco meses de idade. Ela foi tratada e curada, mas o aumento de casos no Estado de Pernambuco, que dobrou o número em relação ao mesmo período do ano passado, acende um alerta para a prevenção. Por lá, o crescimento foi de 101% nas notificações, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). A recomendação da SES-PB é que os pais vacinem as crianças menores de seis meses. Este grupo é o mais propenso a desenvolver formas graves da doença, que pode causar desidratação, pneumonia, convulsões, lesão cerebral e levar à morte.

Diante dos casos confirmados em Pernambuco, a SES promoveu, inclusive, um manejo clínico com profissionais que lidam diretamente com o agravo. As atividades de capacitação são permanentes, assim como o apoio aos municípios. “Serão capacitados também os profissionais da 2ª e 3ª Macrorregionais de Saúde. Dessa forma, a qualificação abrangerá todo o Estado, oferecendo suporte para enfrentar doenças como a gripe e a coqueluche, observou a gerente operacional de Vigilância Epidemiológica da SES, Talitha Lira.

A SES reforçou que a vacinação é o principal meio de prevenção da coqueluche e é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas unidades de saúde. Todos os hospitais da rede são referência no atendimento aos pacientes.

De acordo com a coordenação do Núcleo de Doenças e Agravos não Transmissíveis (Ndants), da SES-PB, a sensibilidade das crianças é maior porque elas só serão totalmente imunes à coqueluche após receberem as três doses necessárias da vacina. Em alguns casos, pode ser que contraiam a doença nesse intervalo. A SES informou ainda que não há um período em que o aparecimento da doença seja mais comum.

A SES-PB ressaltou ainda que apenas as pessoas que já tenham adquirido a doença ou recebido a vacina DTP – com o mínimo de três doses – não correm o risco de registrar um novo episódio. Ainda segundo a Secretaria, não existe característica individual que predisponha à doença, a não ser a presença ou ausência de imunidade específica. Os programas de vacinação têm contribuído para a redução de casos de coqueluche no Brasil. Entre 1981 e 1991, o país chegou a notificar cerca de 36 mil casos por ano.

A DOENÇA


O que é coqueluche?

A coqueluche ou pertussis é uma doença infecciosa aguda e transmissível que compromete o aparelho respiratório traquéia e brônquios. É causada pela bactéria Bordetella pertussis e, se não tratada de forma adequada, pode levar a óbito.

Evolução e sintomas

- Fase catarral: Começa com manifestações respiratórias e sintomas leves, que podem ser confundidos com uma gripe, febre, coriza, mal-estar e tosse seca.

- Fase aguda: Em seguida, há acessos de tosse seca contínua.Os acessos de tosse são finalizados por inspiração forçada e prolongada, vômitos que provocam dificuldade de beber, comer e respirar.

- Convalescença: Os acessos de tosse desaparecem e dão lugar à tosse comum.

Contágio

- Contato direto da pessoa doente com uma pessoa suscetível, não vacinada.

- O contágio é através de gotículas de saliva expelidas por tosse, espirro ou ao falar.

- A transmissão ocorre ainda pelo contato com objetos contaminados com secreções do doente.

- A coqueluche é especialmente transmissível na fase catarral e em locais com aglomeração de pessoas.

Tratamento

- Crianças geralmente são hospitalizadas durante o tratamento, uma vez que a coqueluche é perigosa nessa idade.

- Caso o paciente não consiga comer ou beber, pode ser necessária a administração de fluídos intravenosos.

- Dependendo do caso, pode ser mantido em quarentena para prevenir que a infecção se espalhe.

Quando procurar um médico?

- Tosses prolongadas;

- Tosses com vômito;

- Coloração da pele vermelha ou azul, devido à falta de ar;

- Respiração de forma ruidosa após as crises de tosse.

- Em casos de sintomas mais severos, procure a emergência de um hospital.

- As USFs oferecem tratamento a partir de sintomas clínicos, com administração de medicação.

- O diagnóstico é feito a partir de exame laboratorial.

- Medicamentos para tosse têm pouco efeito sobre a coqueluche, por isso seu uso não é recomendado.
Correio da Paraíba

 


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