22/11/2022 às 08h12min - Atualizada em 22/11/2022 às 08h12min

Jovem tem nudes falsos vazados em canal do Telegram com mais de 9 mil inscritos: 'me senti culpada'

G1
Jovem de Cubatão tem nudes falsos vazados e Telegram é acionado pela Justiça — Foto: Reprodução
Uma jovem de 21 anos, de Cubatão (SP), foi vítima de um crime virtual. Algumas fotos de biquíni, que ela havia postado no Instagram, foram editadas como se estivesse nua e compartilhadas em um canal no aplicativo de mensagens Telegram para mais de 9 mil inscritos. O advogado que a representa conseguiu na Justiça uma liminar para a exclusão do canal intitulado 'Vazados'.

Segundo Murillo Marques, o Telegram acatou a decisão do juiz Gustavo Henrichs Faver, da 4ª Vara da Comarca de Cubatão, que ainda determinou o fornecimento de dados da conta que criou o 'Vazados'. O advogado da vítima pretende mover uma ação contra os responsáveis pelos compartilhamentos por danos morais e pela violação da privacidade e da honra da vítima.

Ao g1, a jovem disse ter se sentido exposta, com vergonha e culpada, após o vazamento dos nudes [fotos nuas] falsos. “Fiquei muito confusa, assustada e me sentindo muito culpada, achando que eu tinha feito alguma coisa pelo fato de ter deixado meu perfil [no Instagram] aberto e ter postado foto de biquíni. Eu fiquei muito, muito chateada".

A vítima descobriu o crime em setembro, após notar um aumento expressivo no número de seguidores e começar a receber mensagens de homens perguntando se as fotos do nudes falsos eram dela. "chega a ser bizarro".

"Tenho crise de ansiedade e minha ansiedade atacou, pois eu estava tentando entender o que estava acontecendo. Até então eu nunca tinha escutado falar que isso poderia acontecer, e que isso é mais comum do que a gente imagina", disse a vítima.
Segundo o advogado, os responsáveis pelo compartilhamento das imagens fraudadas ainda divulgaram aos seguidores as redes sociais da cliente.

Diante da situação, a jovem procurou ajuda com a Organização Não Governamental (ONG) GirlUp Caiçara, que auxilia meninas sobre direitos femininos, e a orientou a registrar um Boletim de Ocorrência, além de ter indicado Marques, que é especialista em fraudes digitais e presidente da Comissão de Direito Digital da Ordem dos Advogados (OAB) de São Vicente, no litoral de São Paulo.

“Por mais que a imagem tenha sido editada, é como se um nude tivesse sido vazado. Fomos fazer um levantamento sobre o grupo do Telegram e descobrimos que outras garotas também tiveram imagens modificadas”, disse Marques

Próximos passos

Marques informou que aguarda o fornecimento dos dados solicitados ao Telegram, que já foram garantidos pela Justiça, para poder identificar e processar os responsáveis por danos morais e também pela violação da privacidade e da honra da vítima.

Marques esclareceu que o pedido de indenização será direcionado aos autores da edição e compartilhamento das fotos, e não ao aplicativo.

“Por hora não ingressaremos com pedido de danos morais contra o Telegram, justamente porque foi cumprida a determinação judicial antes do prazo e eles não são responsáveis pela veiculação dessas imagens, mas sim as pessoas que estavam dentro do canal”, explicou.

A reportagem entrou em contato com o Telegram, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.


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