11/10/2018 às 14h28min - Atualizada em 11/10/2018 às 14h28min

PT adota o verde e amarelo no segundo turno para enfrentar Bolsonaro

A campanha do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad , adotará as cores verde e amarelo no segundo turno. Pronto para ser divulgado, o material com as novas cores também terá um slogan novo: "O Brasil para todos " substituirá o mote "O Brasil feliz de novo ", que remetia a um resgate dos anos de Lula no poder (2003-2010).

Desde o início da período eleitoral, os apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) usam as cores da bandeira do Brasil para pedir votos. Um dos principais lemas contra o PT, inclusive, é "A nossa bandeira jamais será vermelha", também muito utilizado nos protestos a favor do impeachment de Dilma Rousseff e em protestos contra o ex-presidente Lula e o PT.

A estratégia do PT é descolar-se da imagem de partido radical, de esquerda, e se aproximar do centro. Além de usar o verde e amarelo, a nova foto de perfil de Haddad nas redes sociais passará a ter apenas o petista e a candidata a vice, Manuela D'Ávila (PCdoB). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba, foi excluído da foto oficial.

A nova estética da campanha será levada ao horário eleitoral gratuito, que começa no sábado. Em vídeo postado nas rede sociais recentemente, em que fala sobre educação, Haddad já aparece sob tarjas azul e amarela, cores normalmente usadas pelo PSDB. Lula deve continuar a aparecer no programa de televisão, porém, com menos frequência do que no primeiro turno.

O novo material foi discutido em reunião da coordenação de campanha nesta quarta-feira. De acordo com um dos participantes, no segundo turno haverá uma nova campanha. O objetivo é dar um caráter "frentista" para a candidatura.

Os petistas e seus aliados querem apresentar Haddad como um candidato "capaz de pacificar o país". Também foi definido que a campanha fugirá das pautas comportamentais para não dar margem a ataques dos seguidores de Jair Bolsonaro (PSL), principalmente nas redes sociais.

Durante a reunião, representantes de movimentos sociais destacaram que há riscos caso a opção seja por uma retirada completa de Lula e do vermelho da campanha.

- Não podemos ir para um lado e perder os eleitores que temos. A sintonia é muito fina nesse caso - afirmou um integrante da reunião. 

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu que a "centralidade" deve continuar em Lula para que a campanha possa atingir as classes C e D.

- O desafio é mostrar que Haddad tem capacidade de implementar o projeto que Lula representa.

Muitos dos eleitores de Bolsonaro saíram no último domingo, dia de votação, com a camisa da seleção brasileira. Senador eleito pela Bahia, o petista Jaques Wagner disse, em entrevista ao GLOBO, que defende o uso das cores da bandeira no lugar do vermelho do PT:

- A bandeira do Brasil é de todos nós. A gente não pode entregar graciosamente para eles o que é um símbolo do país.

Nas redes sociais, alguns militantes já começarama substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas tarjas em apoio a Haddad que usam em fotos.

Do outro lado da disputa, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, já disse, também em entrevista ao GLOBO, que vai "triplicar" a aposta no antipetismo .

 


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