O ex-policial militar Élcio de Queiroz , em delação premiada, com a Polícia Federal e com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), confessou que dirigiu o carro usado no ataque contra a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes e contou que o ex-policial reformado Ronnie Lessa fez os disparos.
A informação foi confirmada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em Brasília. O depoimento ocorreu há 20 dias e foi homologado pela Justiça. Élcio está preso desde 2019.
Segundo Élcio, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, preso na manhã desta segunda-feira (24), no Rio de Janeiro, fez campanas para vigiar a vereadora e participaria da emboscada, mas acabou trocado por ele.
imagem montada de Ronnie Lessa e Elcio Queiroz, suspeitos de matar Marielle Franco - Metrópoles
“Temos o encerramento em um patamar da investigação. Teremos a abertura de uma outra fase, que vão conduzir a outras pessoas que ´participaram e determinaram os homicídios”, destacou Dino.
O ministro adiantou que novas provas foram geradas e que a investigação terá novos desdobramentos. O caso está federalizado desde fevereiro.
Maxwell Simões Correa-Suel- caso Marielle Franco
Imagem aérea mostra carro da Polícia Federal na casa do ex-bombeiro Suel, na manhã desta segunda-feira (24) — Foto: Reprodução/ TV Globo
5 anos sem respostas
Em 2023, o atentado completou 5 anos. Desde fevereiro, o caso é investigado pela PF. Até hoje, ninguém tinha esclarecido quem mandou matar Marielle e qual a motivação da execução.
Apenas a primeira fase do inquérito foi concluída pela Polícia Civil e o MP: a que prendeu e levou ao banco de réus o policial militar reformado Ronnie Lessa — acusado de ter feito os disparos — e o ex-PM Élcio de Queiroz — que estaria dirigindo o Cobalt prata que perseguiu as vítimas. Ambos negam participação no crime.
Ronnie e Elcio são amigos.
Os dois estão presos em penitenciárias federais de segurança máxima e serão julgados pelo Tribunal do Júri. O julgamento ainda não tem data marcada.
Lessa já foi condenado por outros crimes: comércio e tráfico internacional de armas, obstrução das investigações e destruição de provas.
Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos no dia 14 de março, no Rio de Janeiro — Foto: Reprodução/ TV Globo