15/06/2023 às 06h25min - Atualizada em 15/06/2023 às 06h25min

BUENO AIRES: Após dar calote de R$ 400 milhões com bitcoins, empresário é preso por pedofilia; veja

O Globo
Bueno Aires José em dois momentos: operador adotou peruca para reforçar imagem de bem-sucedido Reprodução
A Polícia Civil fluminense, a pedido da Polícia paraibana, prendeu nesta quarta-feira, no Rio, o empresário Bueno Aires José. Ele é suspeito de envolvimento com pedofilia, razão pela qual teve uma conta bloqueada pela Google. Dono da Fiji Tech, sediada em Campina Grande, cidade a 126 quilômetros de João Pessoa, Bueno Aires também responde a outro inquérito após ter dado um calote de quase R$ 400 milhões nos clientes, ao montar uma pirâmide financeira disfarçada de investimentos em bitcoins.

Um crime está relacionado ao outro. Quando começou a parar de pagar os juros fixos prometidos aos investidores, em fevereiro, o empresário alegou que uma das corretoras internacionais com as quais operava, a Kucoin, havia bloqueado o seu acesso à exchange e, com isso, inviabilizou os saques e transferência de recursos. Contudo, a BlockSeer, empresa que investiga crimes cibernéticos, descobriu em março que o acesso estava bloqueado porque o email usado por Bueno Aires fora banido pela Google.

No aviso de bloqueio do email, levantado pela BlockSeer, a Google cita o suposto envolvimento do empresário com pedofilia: “Parece que esta conta tem conteúdo que envolve uma criança sendo abusada ou explorada sexualmente. Essa é uma violação grave das políticas do Google e pode ser ilegal”. A esta altura, Bueno Aires já estava nos radares da Delegacia de Crimes Cibernéticos (DECC) da Paraíba, que acionou a Polícia do Rio após obter autorização judicial para efetuar a prisão temporária do empresário.

O golpe de bitcoins de Bueno Aires, apurou inquérito aberto pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB), funcionava da seguinte forma: os clientes eram obrigados a adquirir criptomoedas em corretoras internacionais e as entregavam a Fiji, que as gerenciava por intermédio de contrato de cessão temporária dos ativos. Bueno Aires e seus sócios, Breno de Vasconcelos Azevedo e Emilene Maria Lima do Nascimento, se comprometiam a remunerar os investidores a cada 30 dias, a taxas de juros acima de 5%..


O esquema da Fiji, diz o MP, foi montado para escapar do controle e da fiscalização do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sem nunca passar por nenhum tipo de auditoria. Natural de Gurjão, cidade de 3 mil habitantes perto de Campina Grande, Bueno Aires desenvolveu uma plataforma própria para movimentar os recursos dos clientes. Seu negócio atraiu empresários e autoridades locais. De acordo com o MP-PB, a Fiji usava até contas pessoais dos sócios para movimentar os valores dos clientes.

A prisão de Bueno Aires no Rio, onde ele estava desde que o escândalo eclodiu, teve a participação do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e o apoio da Polícia Rodoviária Federal, Após passar por audiência de custódia, ele deverá ser encaminhado a um presídio da Paraíba. Procurada, a defesa de Bueno Aires ainda não se manifestou sobre o caso.
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