30/03/2023 às 09h04min - Atualizada em 30/03/2023 às 09h04min

[ASSISTA] Bolsonaro volta ao Brasil sob ameaça de inelegibilidade e alvo de investigações por joias e atos golpistas

Metrópoles
Foto: Reprodução
O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) desembarca no Brasil nesta quinta-feira (30/3) com um cenário judicial complexo a ser encarado. Investigado pelo caso das joias sauditas, por suposta incitação aos atos golpistas de 8 de janeiro e alvo de 16 ações que podem torná-lo inelegível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-mandatário da República tem uma lista de defesas a preparar.

O voo comercial do capitão reformado e sem mandato chegou ao Aeroporto Internacional de Brasília às 6h36 desta quinta. Em pouco tempo, no dia 5 de abril, próxima quarta, o primeiro compromisso da agenda de investigações é com a Polícia Federal.

Bolsonaro (PL) vai prestar esclarecimentos no inquérito que investiga o conjunto de joias recebidas de presente da Arábia Saudita, com tentativas de entrar no Brasil e de serem incorporadas ao acervo pessoal do ex-presidente ilegalmente.

A comitiva presidencial recebeu ao menos dois conjuntos de joias do país árabe, em 2021: o primeiro a ser revelado foi uma coleção feminina, com colar de R$ 16,5 milhões; o segundo, um grupo de joias masculinas — os dois vieram com o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Um dos pacote de joias foi retido pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos. Outro, com relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, todos da marca suíça de diamantes Chopard, não foram interceptados. Estavam sob a posse de Bolsonaro e foram devolvidos à Caixa Econômica Federal (CEF) após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).

O ex-mandatário terá de explicar por que o assessor do então ministro tentou passar pela alfândega, na fila da Receita Federal de “nada a declarar”, se, pela lei, ele deveria declarar os acessórios e pagar taxa de 50% sobre o valor das joias – ou seja, R$ 8,25 milhões. Além de contar porque tentou, em pelo menos oito ocasiões, reaver os itens, acionando inclusive outros ministérios, além da chefia da Receita. Ele também precisará explicar as incorporação dos materiais ao seu acervo pessoal e não ao do Estado.

Há, ainda, a informação sobre um terceiro pacote de joias que estaria guardado em Brasília, na propriedade do ex-piloto Nelson Piquet.

Inelegibilidade

No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro tem sua conduta como ex-mandatário da República contestada por partidos, ex-candidatos e coligações em pelo menos 16 Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes). O resultado delas pode deixá-lo fora das disputas eleitorais de 2026 e 2030 para qualquer cargo.

As acusações são de abuso de poder econômico e político, além de uso indevido dos meios de comunicação social. Elas tramitam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob relatoria do corregedor-geral Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves. Algumas têm decisão liminar já proferida, mas todas ainda pendem de resolução do mérito.

A mais avançada, e que agora será acompanhada por ele do Brasil, trata de reunião que o então presidente teve com embaixadores, no dia 18 de julho, no Palácio da Alvorada. Na reunião, o então mandatário da República à época levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas e repetiu argumentos já desmentidos por órgãos oficiais. O ato foi interpretado como propaganda eleitoral antecipada.

Nesse caso, Bolsonaro é investigado pela prática de propaganda antecipada irregular e por ataques ao sistema eleitoral. É nessa Aije que foi anexada a “minuta do golpe” encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres após os atos golpistas de 8 de janeiro.

Os ministros do TSE também analisam se há relação com inquérito que tramita no STF sobre o vazamento de informações sigilosas divulgadas por Bolsonaro em agosto do ano passado. O ex-presidente da República divulgou, durante live, informações sobre suposto ataque hacker ao TSE, em 2018. Ele mencionou o inquérito em uma tentativa de descredibilizar as urnas eletrônicas.

No STF

No Supremo Tribunal Federal (STF), pelo menos seis inquéritos, tramitam contra o ex-presidente. Todos de relatoria do ministro Alexandre de Moraes. São eles:


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