06/03/2023 às 21h22min - Atualizada em 06/03/2023 às 21h22min

Entidades lotam plenário da ALPB contra alargamento da orla de JP

Foto: Plínio Almeira/TV Cabo Branco)

O alargamento da Orla de João Pessoa foi discutido em uma audiência pública, realizada nesta segunda-feira (6) na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). Na ocasião ficou decidido que um fórum será articulado entre órgãos públicos, parlamentares, especialistas, pesquisadores e representantes da sociedade civil para discutir o projeto de alargamento da orla da capital paraibana.

O fórum vai atuar como um conselho para a Prefeitura de João Pessoa e de acordo com o Secretário do Meio Ambiente de João Pessoa, Welison Silveira, a equipe será formada não só por membros da academia, mas também pela sociedade de forma geral.

“A prefeitura está aberta ao diálogo. É mais do que necessário ampliar esses debates para que informações oficiais, precisas e técnico-científicas possam ser expressadas e manifestadas”, explicou.

Apesar disso, informações como quando o fórum será criado e quais encaminhamentos serão discutidos por essa quipe não foram divulgadas.

A audiência pública foi convocada pela deputada estadual Cida Ramos (PT), que propôs o debate depois que o próprio prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), detalhou o que pretende fazer com as obras de alargamento da orla. O gestor, por exemplo, diz que está prevista uma pista viária que ligaria o Cabo Branco à Ponta do Seixas por baixo, e portanto contornando a Falésia do Cabo Branco, local onde diariamente o mar bate hoje em dia.

Também estiveram presentes durante a audiência o professor e pesquisador do Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Saulo Vital; a coordenadora do Greenpeace Paraíba e ambientalista, Caroline Leal, além dos deputados estaduais.

Saulo Vital é pesquisador do tema e coordena grupo de pesquisa em geomorfologia sobre riscos e vulnerabilidades referentes às erosões no litoral.

Segundo ele, uma das primeiras ações que precisam ser feitas em João Pessoa é o reflorestamento na área da Falésia do Cabo Branco.

Saulo defende ainda que uma intervenção na costa exige estudos aprofundados e criticou o enrocamento na Barreira do Cabo Branco, feito pela gestão de Luciano Cartaxo. A região da barreira precisa de ações rápidas antes de pensar em alargamento nas praias urbanas de João Pessoa, de acordo com suas pesquisas.

Apesar disso, avaliou a audiência como positiva: “um caminho inicial para discutir a erosão costeira em João Pessoa e no futuro pretende-se discutir a nível de Paraíba. O movimento está ganhando boa proporção. Vejo um belíssimo envolvimento da população nesse processo”, pontuou o professor.

Já a ambientalista Caroline Leal destacou que obras como a proposta no projeto de alargamento não poderiam ser realizadas de maneira alguma em áreas de recifes e corais. Ela ressaltou que essas intervenções no mar de João Pessoa estão destruindo o patrimônio natural da Paraíba.

JP Online


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