O policial militar suspeito de matar o vizinho durante uma briga por causa de som alto foi solto em menos de 12 horas após o crime, em Goiânia. O crime aconteceu na madrugada desta sexta-feira (25) e a decisão que determinou a liberdade provisória do agente foi emitida no período da tarde pela juíza Érika Barbosa Gomes Cavalcante. Um vídeo mostra o momento em que o soldado Arcício Ribeiro Barros Neto deixou a casa do mecânico Rui Barbosa Teixeira após uma discussão, antes do disparo acontecer.
O advogado do policial militar, Michel Ximango, afirma que Arcício não tinha a intenção de matar o vizinho.
"Se ele tivesse a intenção de matar, ele já teria ido lá na primeira situação e feito alguma coisa. Ele saiu, estava na calçada andando, indo embora, a pessoa pegou o carro, foi atrás dele e jogou o carro em cima dele", pontua.
Já para o delegado responsável pelo caso, Eduardo Carrara, a atitude do policial, "de ir para casa dormir após os fatos não é condizente com quem sofreu uma tentativa de homicídio e reagiu".
"O que se espera de um policial militar, integrante das forças policiais, é que acione a Polícia Militar, que vá até o local, que apure o que ocorreu", disse o delegado.
Em nota ao g1, a Polícia Militar afirmou que, ao tomar conhecimento do caso, realizou o atendimento do fato, identificou o policial como suposto autor e o conduziu até a delegacia. Além disso, a corporação reiterou não compactuar com "nenhum tipo de desvio de contuda e que o caso está sendo apurado com o rigor devido".
A decisão que liberou o policial militar após a audiência de custódia foi emitida antes do corpo do mecânico ser liberado para o velório. No documento, a magistrada alegou que o soldado é réu primário e, por isso, concedeu a liberdade desde que ele cumpra algumas condições.
Câmeras de segurança mostram o policial militar andando na rua após sair da casa da vítima e o carro desgovernado de Rui Barbosa, entrando em calçada de Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera