A família do jogador Neymar repudiou a fala do ex-presidente Lula (PT) que acusou Jair Bolsonaro (PL) de ter perdoado a dívida do imposto de renda do craque do Paris Saint-Germain. Em nota divulgada nas redes sociais na noite de sexta-feira (21), a empresa que gerencia a carreira de Neymar e a família do jogador afirmaram que as afirmações de Lula são "falsas" e foram feitas de "forma leviana".
"Para encerrar definitivamente o assunto comunicamos que a informação é falsa. Os responsáveis deverão provar o contrário no palco adequado", escreveram na nota.
Em entrevista ao podcast Flow, na terça-feira (18), Lula foi questionado se teria raiva de Neymar, após o craque ter declarado apoio ao presidente Bolsonaro. O candidato do PT afirmou, sem apresentar provas, que o jogador tinha "medo" que o petista ganhasse a eleição, porque ele poderia descobrir que o atual presidente perdoou a dívida de imposto de renda do atleta.
"O Neymar tem o direito de escolher quem ele quiser para ser presidente. Eu acho que ele está com medo de que, se eu ganhar as eleições, eu vá saber o que o Bolsonaro perdoou da dívida do imposto de renda dele. Eu acho que é isso que ele está com medo de mim. Obviamente que o Bolsonaro fez um acordo com o pai dele", afirmou Lula.
Em abril de 2019, o pai do jogador, que é seu empresário, Neymar da Silva Santos, se encontrou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o então secretário da Receita Federal Marcos Cintra, para tratar de "questões tributárias relativas a atividades esportivas". Ele também se reuniu com o presidente Bolsonaro.
O encontro ocorreu menos de uma semana depois do juiz José Carlos Motta, da 19ª Vara Cível da capital, aceitar a competência para julgar dois procedimentos da Receita Federal que investigavam o jogador. Neymar foi autuado em R$ 188 milhões em 2015, mas questionou o valor da multa no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) e conseguiu anular parte das sanções.
Segundo a nota da família do jogador, "a questão foi encerrada durante o mandato do ex-Presidente Michel Temer, em 15/03/2017, conforme Julgamento em 2.a instância administrativa (Acórdão n.o 2402-005.703, 2a Turma Ordinária da 4a Câmara da 2a Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - 'CARF'".
À época, a pasta informou que o pai de Neymar procurou o governo para prestar esclarecimentos sobre processo fiscal, sem detalhar de qual se tratava. Afirmou que é "usual a concessão de audiências ao setor privado, conforme consta na agenda pública das autoridades da União".
