Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e apontado como o chefe da rachadinha nos gabinetes da família do presidente, se irritou com a confirmação de Waldir Ferraz de que o esquema criminoso funcionava desde os anos 1990. O amigo de mais de 30 anos de Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista à revista Veja nesta sexta-feira 21 em que confirma a existência do esquema sob o comando de Ana Cristina Siqueira Vale e Queiroz.
“Se isso é amigo, imagina se fosse inimigo. Esse traste não vale o gato que enterra”, publicou Queiroz no seu perfil do Instagram. Em um comentário de uma seguidora que criticou Ferraz, Queiroz ainda acrescentou, concordando: “Você sabe sentir o cheiro da falsidade”.
Ferraz, chamado por Bolsonaro de ‘Zero Zero’, afirma que o ex-capitão e seus filhos não tinham conhecimento do esquema criminoso que funcionava nos gabinetes. Ele mesmo, no entanto, admite ser difícil convencer qualquer um desta tese, já que eram eles que assinavam todos os documentos.
“É como um beco sem saída. Ela fez uma m…, eles assinaram sem saber, e agora vão pagar caro por isso. Acho que ele vai ter problema se não for reeleito. Vai tudo cair, vai perder o foro privilegiado e tal”, avalia Ferraz.
O ‘Zero Zero’ é um frequentador assíduo do Palácio do Planalto e do cercadinho. O marinheiro aposentado, que conhece Bolsonaro desde o Exército, não ocupa mais qualquer cargo oficial, mas integra o chamado ‘grupo de inteligência particular de Bolsonaro’, aliados responsáveis por alimentar o WhatsApp do presidente com ‘relatórios de suspeitas e denúncias’. É do grupo que nasce boa parte das teorias da conspiração alardeadas pelo ex-capitão. De acordo com Ferraz, troca mensagens diariamente com Bolsonaro ainda antes das 6 horas da manhã, quando encaminha ‘seu relatório’ no número pessoal do presidente.
