15/07/2021 às 10h15min - Atualizada em 15/07/2021 às 10h15min

Bolsonaro volta a politizar facada sofrida na campanha de 2018

Em um momento de enfraquecimento de seu governo e internado em São Paulo, Jair Bolsonaro voltou a politizar a facada sofrida na campanha de 2018. O presidente segue a mesma estratégia usada naquele ano, quando buscou sensibilizar o eleitorado diante do atentado sofrido na eleição.

Na quarta-feira (14), Bolsonaro publicou mensagens nas redes sociais neste tom. Segundo ele, a internação é "mais um desafio, consequência da tentativa de assassinato promovida por antigo filiado ao PSOL, braço esquerdo do PT, para impedir a vitória de milhões de brasileiros que queriam mudanças para o Brasil. Um atentado cruel não só contra mim, mas contra a nossa democracia".

A mensagem, acompanhada de uma foto do presidente em uma cama do Hospital das Forças Armadas, vem no momento em que o presidente é acusado – até por aliados – de promover ataques antidemocráticos.

Bolsonaro chegou a dizer que, sem voto impresso, não haverá eleição no próximo ano. E, ao que tudo indica, o voto impresso não será aprovado pelo Congresso Nacional.

Nas postagens, o presidente cita o PT – até agora, seu principal adversário na campanha de reeleição em 2022. O cenário se estabeleceu desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recuperou o direito de disputar as eleições.

Investigações da Policia Federal apontaram que Adélio Bispo agiu de forma isolada, sem apoio de outras pessoas e sem patrocínio político.

Responsável por administrar as redes sociais do pai, o vereador Carlos Bolsonaro está acompanhando o pai na internação no hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Ele viajou ao lado do presidente no trajeto entre Brasília e São Paulo e foi o mentor do uso da internação durante a campanha eleitoral como estratégia política.

Pausa na crise política

Enquanto isso, e fazendo a ressalva de que estão preocupados com a saúde do presidente, aliados de Bolsonaro avaliam que a internação dará ao presidente uma "oportunidade" para se recolher e baixar a temperatura da crise política.

Os aliados esperam ainda que, na fase de recuperação, o presidente seja poupado das críticas que vinha sofrendo nas últimas semanas – motivadas pelas ameaças às eleições e pelos ataques grosseiros a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A escalada dos ataques do presidente gerou uma forte reação dos atores políticos em Brasília. O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que o Legislativo não aceita qualquer tipo de retrocesso e que as eleições estão previstas na Constituição e vão acontecer.

Aliado do presidente da República, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, também rebateu as falas de Bolsonaro, afirmando que as instituições no Brasil são fortes e que as eleições estão garantidas.

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