28/03/2021 às 15h55min - Atualizada em 28/03/2021 às 15h55min

Teste: Nissan Kicks Advance 2022 convence como versão intermediária

Apesar da Nissan ter dado todo o foco do lançamento na versão Exclusive do Kicks 2022, há fatos interessantes nas versões mais baratas. A Advance ganhou um pacote de equipamentos bem interessante para uma versão intermediária, agregando itens até então vistos apenas na topo de linha, como o painel de instrumentos com tela de 7" e o novo sistema multimídia com tela de 8". 

Uma das mudanças do Nissan Kicks 2022 foi a nomenclatura para as versões. Seguindo o que conhecemos no Versa em 2020, o SUV troca as letras S, SV e SL por Sense, Advance e Exclusive, o que acaba facilitando a identificação no dia a dia. A Advance, como testada aqui, tem como único opcional os bancos em couro e se afasta bem mais da Sense do que a anterior, a SV, da S. 

É por dentro que vemos mais novidades no Kicks Advance. O painel de instrumentos recebe a tela de 7" configurável, antes item apenas da versão topo de linha, e já adota o novo sistema multimídia com tela de 8". Apesar dos bancos em couro serem opcionais, o painel já leva o acabamento com um material sintético na parte central, assim como o volante. Podemos destacar também os 6 airbags, retrovisor interno fotocrômico, partida por botão com chave presencial e os controles de tração e estabilidade com assistente de partida em rampas.

O Kicks não teve mudanças na parte de motor e câmbio. Segue com o 1.6 aspirado de 114 cv e 15,5 kgfm (duplo comando com variador na admissão) e na versão Advance disponível apenas com o câmbio automático CVT, um conjunto elogiado desde que ele foi lançado pela sua suavidade de funcionamento principalmente na cidade, mas que já começa a ver concorrentes com motorização turbo chegarem há alguns anos. 

O Nissa Kicks 2022 manter o motor 1.6 aspirado não é um ponto completamente negativo. O SUV compacto sempre foi um de nossos favoritos para o uso urbano por uma boa conversa entre o motor e o câmbio CVT. Trabalhando em baixas rotações, tem um desempenho satisfatório no dia a dia aliado a um bom consumo considerando ser um motor aspirado (7,6 km/l com etanol).

Além disso, a Nissan mudou alguns pontos de fixação de suspensão e direção, o que deu mais conforto ao Kicks sem perder uma dirigibilidade que se aproxima muito de um hatch. Mesmo com a carroceria alta, não se sente uma rolagem e nem mesmo uma suspensão barulhenta no trato com o asfalto ou desconfortável aos ocupantes. É um dos mais equilibrados do segmento neste ponto.

O mesmo podemos falar sobre o espaço interno. Não é mais espaçoso, mas leva 4 ocupantes com conforto - o 5º, como em seus concorrentes, vai ficar mais apertado principalmente em largura. No porta-malas, bons 432 litros, uma medida superior, por exemplo, do Chevrolet Onix e quase empatado com o Hyundai Creta e seus 431 litros. Nesse ponto, nada muda para antes da reestilização. 

O Nissan Kicks 2022 ter mantido o 1.6 não é exatamente seu problema. Com um peso baixo para seu porte, os 114 cv e 15,5 kgfm de torque bem distribuídos na faixa de rotação não o torna um modelo lento, mas estamos na era dos motores turbo. Concorrentes como VW T-Cross (e Nivus, dependendo do cliente) e Chevrolet Tracker, já chegaram depois com os novos motores de cilindradas menores e melhor principalmente torque em baixas rotações. 

Enquanto sua briga se limitada a Renault Duster (1.6 e 2.0 na época), Jeep Renegade 1.8, Ford EcoSport (1.6 e 2.0) e Hyundai Creta (1.6 e 2.0), o 1.6 aspirado da Nissan dava um desempenho "ok" com um bom consumo. Mas a concorrência se atualizou (e ainda vai mudar mais nos próximos anos) e isso sim pode ser um problema pro Kicks.

Em desempenho, o Kicks só fica devendo na estrada e quando carregado, uma condução comum considerando o uso familiar de um SUV. Apesar de uma melhoria no isolamento acústico com um novo parabrisas, o motor 1.6 já precisa trabalhar em rotações mais altas e fica bem perceptível que ele procura mais torque nessa faixa superior.  

Nesta faixa intermediária, o Kicks Advance (R$ 106.390, ou R$ 108.390 com bancos em couro) enfrenta Chevrolet Tracker LTZ 1.0 turbo (R$ 110.340), VW T-Cross 200 TSI AT (R$ 108.840), Creta Limited 1.6 (R$ 109.190), entre outros. Nesta turma, o Volkswagen fica devendo equipamentos que os demais trazem, como chave presencial e partida por botão. 

O Nissan Kicks Advance é interessante pelo preço dentro do segmento e por ter um efeito de novidade, além de uma lista de equipamentos que ficou bem mais atraente depois das mudanças para a linha 2022. Deve despontar como uma das mais vendidas do modelo e não faz feio, a não ser por ainda ter um motor aspirado diante de uma concorrência que já deu um pulo na tecnologia. 

Motor1

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