18/04/2020 às 13h03min - Atualizada em 18/04/2020 às 13h03min

Joias e R$ 50 mil são apreendidos em carro de desembargador do TJ-RJ

Extra.Globo
Durante a Operação “Voto Vendido”, que cumpriu mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira contra o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Mário Guimarães Neto, os investigadores apreenderam joias, como um colar de diamantes, relógios de ouro, 20 quadros de diferentes artistas e um cofre dentro um Audi A6 com R$ 50 mil em espécie na garagem do condomínio onde mora o magistrado. A operação foi autorizada pelo ministro Félix Fischer, relator do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ao todo, investigadores do MPF e da PF cumpriram 12 mandados de busca e apreensão em locais como o gabinete do desembargador no TJ e em outros endereços nos bairros de Olaria, Leblon e Guaratiba. Na Barra da Tijuca, no endereço onde o desembargador mora, é que foi encontrado o carro, um Audi A6 com o cofre.

Segundo investigadores que participaram da operação, as chaves foram encontradas na casa do desembargador e depois o carro foi localizado na garagem do condomínio com o acionamento por chave porque, a princípio, Guimarães Neto negou que tivesse automóvel no local. Quando o carro foi localizado, verificou-se o cofre. Depois que ele foi aberto, além do dinheiro foram encontrados diversos documentos. Todo o material, incluindo o carro que não está no nome do desembargador, foi apreendido.

Também ocorreram buscas em Petrópolis, na Região Serrana, onde foi apreendido um anel de brilhantes. Os investigadores ainda apreenderam mais de 60 bolsas de grifes internacionais.

Além de Guimarães Neto, foram alvo da operação a mulher dele, que é advogada e é suspeita de receber propina em nome dele, e um funcionário do seu gabinete. A investigação constatou que o desembargador e sua mulher ocultaram das autoridades brasileiras patrimônio mantido nos Estados Unidos, como contas e imóveis. Por isso, também há a suspeita de crimes contra o sistema financeiro nacional.

Além dos mandados, Fisher também determinou o afastamento do desembargador de suas funções por um prazo de 90 dias, prorrogável. Guimarães Neto foi acusado na delação premiada do ex-presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio (Fetranspor), Lélis Teixeira, de ter recebido R$ 6 milhões, por meio de sua mulher, para atuar em um processo de interesse da Fetranspor. Os crimes pelos quais o desembargador é investigado são corrupção e lavagem de dinheiro.

É o terceiro desembargador do Rio afastado de suas funções pelo STJ nos últimos meses. Na semana passada, o alvo foi o desembargador Siro Darlan. Em dezembro de 2019, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afastou o desembargador Guaraci de Campos Vianna, também do TJ.

Quando foi citado na delação, o desembargador repudiou as declarações de Lélis e disse que não poderia ter decidido a favor das empresas porque a ação judicial na qual atuou previa licitação de linhas de ônibus no Rio, o que foi efetivamente feito pela prefeitura.

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