13/08/2018 às 16h13min - Atualizada em 13/08/2018 às 16h13min

Sucessor de Lula na disputa presidencial, Haddad visitará Paraíba

Os Guedes
FOTO: Folha/UOL

Fontes do Partido dos Trabalhadores na Paraíba aguardam até o final do mês uma visita ao Estado do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva, mas tido como sucessor natural de Lula no páreo, diante da perspectiva de inelegibilidade do líder maior do petismo. Haddad foi, também, ministro da Educação e foi credenciado recentemente por Lula como um dos seus advogados, como estratégia para facilitar conversas entre eles na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente cumpre pena sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A deputada estadual pelo Rio Grande do Sul Manuela D’Avilla, que havia sido anunciada como pré-candidata à presidência da República pelo PCdoB, retirou a postulação, ficando disponível para vir a ser a vice de Fernando Haddad, se o registro de Lula for indeferido. A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, que era intransigente na manutenção da candidatura de Lula ao Planalto, já admite que o partido tomará as medidas legais necessárias para assegurar a participação do vice Fernando Haddad nos debates eleitorais, em hipótese de impedimento de Lula. Ela frisou que serão esgotadas alternativas para a presença de Lula, mas que o PT estará preparado para conviver com restrições que forem oficialmente impostas.

Entre os partidos de esquerda, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, que lançou a sapateira sergipana Vera Lúcia à presidência, com Hertz Dias, professor da rede pública do Maranhão como vice, é o único que, ostensivamente, absorve a prisão do ex-presidente Lula. “Infelizmente, Lula escreveu e trilhou o caminho que o levou à situação de hoje. Está pagando as consequências por ter abandonado a classe trabalhadora”, declarou à Agência O Globo Zé Maria, presidente nacional do PSTU e candidato à presidência da República em 1998, 2002, 2010 e 2014.

Diferente dos demais agrupamentos de esquerda, o PSTU apoiou a retirada de Dilma Rousseff da presidência em 2016 com o slogan “Fora Todos” e depois se posicionou favorável à prisão de Lula, qualificado como traidor da classe trabalhadora, lamentando apenas que políticos de outros partidos envolvidos em escândalos e irregularidades não tenham sido igualmente punidos.

Versões dão conta de que, devido ao posicionamento abertamente contrário a Lula e a Dilma, o PSTU teria perdido pelo menos um quarto de sua base de militantes – aproximadamente 500 pessoas, desde o impeachment. Os dissidentes foram parar no PSOL, onde formam uma corrente denominada Resistência. Diz Zé Maria: “São companheiros e companheiras que eu respeito, mas que retrocederam para as posições políticas desse bloco que gravita em torno do PT. Não achamos que seja um problema dos trabalhadores defender Lula preso ou solto. O problema da classe trabalhadora é outro”. Ele atribui a decisão de não se candidatar à presidência este ano à divisão de tarefas do partido e observa que é bom dar espaço a novos nomes. O PSTU não tem representantes no Congresso Nacional, mas ainda tem direito a verbas do Fundo Partidário.


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