17/07/2018 às 15h23min - Atualizada em 17/07/2018 às 15h23min

Paciente morre após procedimento estético em apartamento no Rio

Médico está foragido

Correio 24 horas
 

A bancária Lilian Calixto, 46 anos, morreu depois de um procedimento estético feito na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O médico que conduziu o processo está foragido. O caso é investigado pela Polícia Civil do Rio e acompanhado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). A vítima deixou marido e dois filhos.

A bancária saiu de Cuiabá, em Mato Grosso, onde mora, para fazer o procedimento nos glúteos, na casa do médico. Ela sofreu complicações durante o ato e chegou a ser socorrida para o Hospital Barra D'Or, mas já estava em estado extremamente grave quando chegou lá, informou a unidade. Apesar das tentativas dos médicos, Lilian morreu na madrugada de domingo (15).

Familiares da bancária afirmaram que o procedimento iria utilizar polimetilmetacrilato. "Aos meus amigos que a conheceram, eu a tinha como uma pessoa muito querida e sabem do que estou falando. Minha cunhada Lilian Calixto foi vítima desse ser desumano, hoje foragido da polícia, e o meu irmão e minha sobrinha sofrendo as dores dessa grande perda", escreveu uma familiar da bancária, afirmando que o médico bloqueou parentes dela nas redes sociais.

No momento, a polícia entende que quatro pessoas têm envolvimento na ação que resultou na morte da bancária. O médico, que não podia mais trabalhar no Rio - seus registros ativos são nos conselhos de Goiás e do Distrito Federal; Maria de Fátima Barros, mãe de Denis, que é médica, mas teve o registro cassado e também não podia atuar no Rio; Renata, a namorada; e Rosilane Pereira da Silva, empregada, que emprestou o nome para a abertura da clínica - que na verdade é um salão de beleza. Todos os quatro foram indiciados por homicídio doloso qualificado e associação criminosa. A Justiça entendeu que não era necessária a prisão de Rosilane, mas todos serão indiciados. Além de Dênis, Maria de Fátima também está foragida.

Na delegacia, Renata negou ter participado na cirurgia - ela chegou a estudar Enfermagem, mas abandonou o curso. Segundo ela, sua função era apenas administrativa. Afirmou ainda que o médico disse que o procedimento era ambulatorial e não seria necessário usar sala cirúrgica.

Procedimento
Segundo a polícia, Lilian foi para a casa do médico no sábado à tarde, de táxi. Ela informou pediu que o motorista a esperasse. De vez em quando, ligava para o taxista para dizer que estava tudo bem, mas que havia um pequeno atrasado. Às 22h, preocupado, o motorista ligou para Lilian. O médico desceu então para dispensar o taxista, pagando R$ 300 pelo tempo dele. Ele afirmou que ele e Lilian iriam jantar e ela iria demorar mais do que previra.

O taxista desconfiou e ficou um tempo por lá. Ele viu quando o médico saiu de carro, levando a bancária para o hospital. Ele então ligou para uma amiga de Lilian, que foi quem havia indicado o profissional para ela. 

No hospital, Denis e Renata chegaram com Lilian. Ele se apresentou como médico, mas não informou que fez um procedimento estético na paciente. Ele e a namorada foram embora quando souberam da morte da bancária. Lúcida quando chegou à unidade, foi a própria Lilian quem relatou no hospital o que tinha acontecido. O hospital acionou a polícia.

"Conseguimos achar esse taxista, que acabou nos levando à suposta clínica, que é um salão de beleza. Depois que a paciente morreu, Renata ligou para o taxista para entregar os pertences de Lilian a ele. Eles marcaram no Downtown, onde fica o salão. Fomos atrás e prendemos a Renata. O Denis fugiu arrebentando cancela e tudo. A PM encontrou depois o carro dele abandonado", contou ao G1 a delegada Adriana Belém, que investiga o caso. “Quando a vítima contratou esse serviço, ela pensou que seria feito num consultório. Como já levantamos, ele faria isso com outra cliente, que acabou desistindo", explica.

Passagens
O médico, conhecido como "Doutor Bumbum", tem passagens na polícia por homicídio, porte ilegal de arma e ameaça. Ele é réu em mais de dez ações na Justiça. A passagem por homicídio é de 1997; depois houve porte de arma (2003), crime contra a ordem pública (2003), resistência a prisão (2006 e 2007), exercício arbitrário da própria razão (2007) e violação de domicílio (2007).

Apesar disso, ele é bastante popular nas redes sociais. No Instagram, são mais de 645 mil seguidores. Ele usa a rede social para dar dicas de saúde e também mostrar o resultado de procedimentos que teria feito.


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