31/10/2017 às 15h25min - Atualizada em 31/10/2017 às 15h25min

Ministro da Justiça critica segurança no Rio e dispara: 'Batalhões são sócios do crime'

O Dia Online
O ministro da Justiça, Torquato Jardim - Júlio César Guimarães / Agência O Globo
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, fez críticas severas à segurança pública do Rio e disse que a Polícia Militar não é controlada pelo governador Luiz Fernando Pezão e pelo secretário de Segurança, Roberto Sá. Segundo o Blog do Josias, no portal UOL, o ministro afirmou que o comando da corporação vem de um "acerto com deputado estadual e o crime organizado".

Para Torquato, o coronel Luiz Gustavo Teixeira, comandante do 3º BPM (Méier), não foi morto em uma tentativa de assalto, mas sim por um "acerto de contas". Ele contou ainda que se reuniu com Pezão e Sá para conversar sobre o assunto na última sexta-feira. “Ninguém assalta dando dezenas de tiros em cima de um coronel à paisana [o oficial da PM estava fardado], em um carro descaracterizado. O motorista era um sargento da confiança dele", reforçou.

 
O ministro analisou que está ocorrendo uma mudança no perfil da criminalidade no Rio. Segundo ele, a milícia está tomando conta do narcotráfico. "Os principais chefes do tráfico estão em presídios federais e o crime organizado deixou de ser vertical. Agora, passou a ser uma operação horizontal, o que é mais difícil de controlar", explicou ao UOL.
Com isso, Torquato destacou que a nova operação do crime organizado provocou o crescimento do poder de capitães e tenentes. "É onde os comandantes passam a ter influência. Não tem um chefão para controlar. Cada um vai ficar dono de seu pedaço. Hoje, os comandantes de batalhão são sócios do crime organizado", enfatizou.
 
Em nota, Pezão negou as acusações do ministro e afirmou que o governo estadual e o comando da Polícia Militar não negociam com criminosos. Ele ressaltou que o "comandante da PM, coronel Wolney Dias, é um profissional íntegro".

O governador disse também que o ministro da Justiça nunca o procurou para tratar do assunto. Pezão completou destacando que as "escolhas de comandos de batalhões e delegacias fluminenses são decisões técnicas e que jamais recebeu pedidos de deputados para tais cargos".

Em evento com o prefeito de São Paulo, João Doria, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, saiu em defesa da Polícia Militar e rebateu as críticas feitas à corporação pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim.

 
“Houve um comentário generalizando a Polícia Militar do Rio de Janeiro e aqui faço um veemente protesto. Não se pode generalizar críticas assim. Ontem, nós enterramos um coronel morto. Agora, querem enterrar coronéis vivos. A Polícia Militar é formada por homens de bem. Se há banda podre, vamos combatê-la. Mas não se pode generalizar um tropa que tem prestado relevante serviço à nossa cidade. Nós já estamos em uma situação difícil. Sem eles... “, disse Crivella, que assinou um acordo de cooperação na área de saúde com Doria.


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