17/10/2017 às 17h41min - Atualizada em 17/10/2017 às 17h41min

Preso suspeito de estupros ostentava em fotos com famosos e carros de luxo para atrair mulheres

G1
As vítimas que reconheceram o empresário Adson Muniz dos Santos, preso desde a semana passada suspeito de cometer uma série de estupros e roubos a mulhres em São Paulo, disseram ao G1 que ele mostrava fotos dele nas redes sociais ao lado de políticos, famosos, celebridades e ostentando uma vida de luxo, com carros importados e viagens pelo mundo, como uma 'isca' para se aproximar de quem abordava. Entre os disfarces para ganhar a confiança das vítimas, ele fingia ser produtor de TV.

O homem de 34 anos nega ter cometido os crimes. "Essas acusações, a maioria delas, são falsas”, se defendeu na segunda-feira (16). A declaração foi dada aos jornalistas na frente da delegacia onde Adson foi levado algemado (veja vídeo acima). Segundo a Polícia Civil, 21 mulheres o acusam de ter sido abusadas sexualmente e roubadas por ele desde 2012. Ele também responde por estelionato e falsidade ideológica.

No seu perfil no Instagram, o preso aparece em fotos, por exemplo, ao lado do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e do jornalista Celso Russomanno, ambos do Partido Republicano Brasileiro (PRB), sigla pela qual Adson conseguiu ser suplente de vereador por Jussiape, na Bahia, nas eleições de 2016.

Procurado pela reportagem, o PRB informou que decidiu pela desfiliação do empresário 

Instagram

Até esta terça-feira (17), a conta continuava ativa com 100 publicações e 956 seguidores. Já a página dele no Facebook foi apagada. Nas fotografias, Adson também surge perto de outros políticos e jogadores de futebol.Algumas vítimas abordadas por ele contaram ao G1 que, quando não era correspondido, Adson as ameaçava com uma arma de brinquedo, mostrando um distintivo, dizendo ser policial federal. Em outras ocasiões, chegava até mesmo a dizer que era amigo do preso Marcola, Marcos Willians Herbas Camacho, uma das lideranças da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para intimidar as mulheres.
"Ele falou: 'eu sou o Adson Muniz e sou famoso, olhe minhas fotos na internet'", contou uma empresária de 50 anos que o reconheceu como o homem de terno que a abordou na terça-feira (10) perto de uma academia no Itaim Bibi, bairro de alto padrão de São Paulo. Como não deu bola, ela disse que ele a atacou gritando: 'Eu também sou amigo do Marcola'. Me puxou pelo braço, me deu um beijo na bochecha e comecei a andar rápido.”

No dia 6 de outubro nos Jardins, área nobre da capital, a câmera de segurança de um estacionamento gravou a abordagem de Adson a uma motorista, que foi obrigada a fazer sexo oral e dar dinheiro ao estuprador. 


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