05/07/2024 às 06h40min - Atualizada em 05/07/2024 às 06h40min

REINCIDENTE: Pastor preso por compartilhar pornografia infantil pregava sobre castidade em vídeos na internet

G1
Somando 457 mil seguidores, o pastor evangélico Agnaldo Roberto Betti, preso em flagrante por compartilhar pornografia infantil na quarta-feira (3), em Valinhos (SP), pregava sobre castidade e “influências mundanas” em vídeos compartilhados no canal de lições bíblicas que administrava.

Apenas no canal do YouTube, o líder religioso soma 417 mil inscritos e 33 milhões de visualizações. Entre os temas abordados nas gravações estão a importância da fidelidade, caminhos para abandonar o pecado e relacionamentos familiares.

Segundo a PM, Betti, de 58 anos, atua na igreja evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém. A instituição afirmou repudiar “veementemente qualquer comportamento que contrarie os princípios e regras de fé da Bíblia Sagrada e, especialmente, que implique em violação da infância”.

Segundo a igreja, o pastor foi suspenso do quadro de membros e do cargo até que se “apure devidamente os fatos” [veja a íntegra da nota abaixo]. A defesa do pastor não foi localizada.

Reincidente

A Polícia Militar informou que o pastor foi surpreendido pelas equipes na própria casa, no momento em que acessava os conteúdos por meio de um aplicativo. Ele tentou deletar arquivos, mas não conseguiu.

De acordo com a Polícia Federal, ele já havia sido indiciado neste ano pelo mesmo delito, mas “continuou a adquirir e compartilhar diversos vídeos e imagens de conteúdo de violência sexual infantojuvenil”.

Esse é o primeiro caso de flagrante de compartilhamento da PF na metrópole. A investigação que levou à prisão do pastor faz parte da Operação Escudo da Inocência, com o objetivo de proteger crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual.

Ainda segundo a PF, o homem foi encaminhado para a Delegacia da Polícia Federal e passou por audiência de custódia nesta quinta-feira (4). Ele permanece preso por 90 dias e, caso condenado, pode cumprir pena de até 10 anos de prisão.

O que diz a igreja?

A nota da igreja evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém ainda afirma que, apesar de integrar o quadro de membros, Agnaldo já não atua com funções pastorais desde março de 2017. Ele optou por manter um ministério “pessoal itinerante”, abastecendo o canal que tem na internet.

A instituição afirmou ainda que desconhecia qualquer tipo de investigação envolvendo o pastor. Veja a íntegra do posicionamento:

“A Diretoria da Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Ministério do Belém em Campinas/SP, vem a público, em face das notícias veiculadas nesta data sobre a prisão de Agnaldo Roberto Betti, sob suspeita de compartilhamento de pornografia infantil, esclarecer que repudia, veementemente, qualquer comportamento que contrarie os princípios e regras de fé da Bíblia Sagrada e, especialmente, que implique em violação da infância.

Esclarece, ainda, que o envolvido, apesar de integrar o quadro de membros e do vínculo eclesiástico como Ministro do Evangelho da IEADCAMP, já não atua com funções pastorais, seja no templo sede ou em suas filiais, desde março de 2017, tendo optado por exercer um ministério pessoal itinerante, mantendo, ainda, um canal particular na internet, com milhares de seguidores.

Também esclarece que a IEADCAMP, por sua Diretoria, desconhecia qualquer investigação ou indiciamento anteriormente aos fatos hoje divulgados.

Em vista da prisão e notícias veiculadas, informa que o envolvido está suspenso do rol de membros e do cargo eclesiástico, até que se apure definitivamente os fatos, aguardando-se a devida atuação das autoridades policiais e judiciais competentes, resguardado o direito de defesa e contraditório, inclusive em procedimento administrativo que deverá tramitar nos órgãos jurídico e eclesiástico da IEADCAMP, na forma do seu Estatuto.

Por fim, a Diretoria da IEADCAMP solidariza-se com as vítimas dos fatos anunciados, bem como com a família do envolvido, que também é vitimizada pela conduta ora revelada, conclamando que os mantenhamos a todos em nossas orações”.
 


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