19/03/2024 às 06h56min - Atualizada em 19/03/2024 às 06h56min

'Rei do OnlyFans': que diz faturar R$ 2 milhões com perfis de 25 jovens é investigado por 'cafetinagem'

O Globo
Reprodução/Redes sociais
Investigado por proxenetismo — ou "cafetinagem", na linguagem popular —, o espanhol Sergio Favda, ou Sergio Fuentes, é conhecido como “rei do OnlyFans” e admitiu, em programa de TV, que cobra entre 30% e 50% às jovens que representava e que realizavam serviços sexuais à distância graças à rede erótica OnlyFans, em Andorra, país europeu. A declaração foi feita no programa de TV “La Sexta Investigative Team”, na última sexta-feira, e motivou um inquérito na Polícia de Andorra e no Ministério Público.

Fuentes é investidor em criptomoedas e também gerente de contas OnlyFans. Ele começou com sua companheira, gravando imagens onde mantinham relações sexuais. Depois de alguns meses vendo que ganhava perto de 1 mil euros graças à sua conta no OnlyFans, ele deixou o emprego numa fábrica e dedicou-se exclusivamente à rede erótica. Agora gerencia dezenas de contas e ministra cursos para quem quer se dedicar ao erotismo diante das câmeras.

Na entrevista à TV, Fuentes afirmou preferir mulheres com perfil “inocente”.

“Gosto que as modelos que uso tenham um perfil inocente, que pareçam inocentes, mas que sejam gostosas”. Acrescentou, então: “E se forem menores, melhor”, o que disparou todos os alarmes entre a polícia e as administrações andorranas.

As leis de Andorra punem o proxenetismo e também a prostituição, por isso, se os juízes de Andorra considerarem que as contas OnlyFans envolvem a venda de serviços sexuais, Fuentes poderá incorrer num crime punível em Andorra com penas de dois a cinco anos de prisão

“OnlyFans” é uma rede social na qual o usuário abre um canal e os seguidores devem pagar para visualizar conteúdos quase exclusivamente pornográficos. Fuentes trabalha como gestor de meninas que decidiram se dedicar à venda desse conteúdo, produzido com o próprio corpo diante de uma câmera. No momento, ele administra as contas de 25 meninas das quais exige “conteúdo explícito com masturbação”.

Fuentes não teve problemas em admitir que capta de 30% a 50% do lucro das suas “meninas” e ainda quantificou que arrecada 400 mil euros por mês, o equivalente a R$ 2 milhões. O rei do OnlyFans mora em uma casa em Clot d'Emprivat, e as meninas produzem o conteúdo em apartamentos em Encamp. Porque é que, sendo espanhol, ele faz esta atividade em Andorra? Ele também admite isso na entrevista. Tal como os YouTubers e outros criadores de conteúdos digitais residentes no país dos Pirenéus, o que pretendem é pagar poucos impostos.

“Gosto que elas tenham um perfil inocente, mas obviamente que sejam gostosas. Se você me disser que não faz sexo explícito, que não se masturba, não estou interessado no perfil. As mulheres jovens agradam mais; Se forem menores, melhor”. Esta é a frase pela qual foi aberta a investigação. Durante o programa, ele foi questionado diretamente sobre ser cafetão. Fuentes disse duvidar que o trabalho daquelas que representava fosse prostituição, mas admitiu que se alguém considerava OnlyFans uma prostituição, ele certamente seria cafetão. Embora tenha se justificado: “Não forço ninguém”.

Após a transmissão do programa, o Poder Executivo andorrano agiu. “A polícia abriu uma investigação para determinar se existem ligações na atividade deste residente com a pornografia infantil”, disse a Ministra do Interior e da Justiça de Andorra, Ester Molné, ao Diari d'Andorra no fim de semana.

O ministro mostrou-se preocupado com o alerta social derivado do programa e garantiu que a polícia investigará Fuentes para saber se a sua atividade é criminosa. Molné reconheceu que a investigação poderia terminar com o rei do OnlyFans acusado de promover a prostituição, mas também admitiu que poderia terminar sem qualquer tipo de infração.

O Ministério Público também abriu uma investigação. Tanto a oposição como os cidadãos denunciaram nas redes sociais esta nova declaração de um criador de conteúdos — como os seus colegas YouTubers ou Tiktokers — que realiza atividades controversas em Andorra e contribui para expulsar aqueles que não podem pagar os preços da moradia.


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