15/01/2024 às 08h10min - Atualizada em 15/01/2024 às 08h10min

Sargento da PM atira e mata soldado dentro de viatura durante rondas: Polícia Civil investiga conduta e comportamento

G1
Após o sargento Paulo Pereira de Souza atirar e matar o soldado Yago Monteiro dentro da viatura, na manhã de domingo (14), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga se o policial militar que fez os disparos tinha algum desvio de conduta ou de comportamento por conta de doença de saúde mental. Segundo o delegado-chefe Fernando Fernandes, da 27° Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), a investigação segue nesta linha para descobrir as circunstâncias e a motivação do crime.

“A delegacia vai continuar investigando. A nossa intenção é esclarecer as circunstâncias e a motivação desse episódio tão trágico, tão triste neste domingo aqui no Recanto das Emas. [...] A PMDF será solicitada a informar se ele sofria algum tipo de desvio de conduta ou comportamental em virtude de alguma doença”, afirma o delegado.

O delegado destaca que a investigação vai partir da premissa de homicídio seguido de suicídio. Testemunhas do crime, comerciantes, familiares serão ouvidos e imagens de câmeras de segurança serão coletadas para a investigação. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), a corporação na qual trabalhavam os dois policiais, será questionada pela PCDF sobre possíveis desavenças entre os colegas e sobre a situação da saúde mental do sargento que fez os disparos.

A perícia foi realizada no local, no domingo, e a arma foi apreendida e encaminhada para análise na PCDF. O terceiro policial, único sobrevivente, que também estava dentro da viatura, o sargento Diogo Carneiro dos Santos, de 49 anos, foi ouvido pela polícia. Para os policiais, o sargento afirmou que acreditou que os disparos tinham sido feito por outras pessoas fora da viatura, mas só percebeu a situação quando viu a arma na mão do sargento Paulo Pereira de Souza, de 46 anos.

"Segundo o sargento sobrevivente, ele verificou que o sargento [Paulo Pereira de Souza] cometeu suicídio e estava com a arma na mão. Então tira essa linha de investigação de tiro acidental", diz o delegado.

‘Liberado para trabalhar na rua’

Em entrevista à TV Globo, no domingo (14), a comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Ana Paula Barros Habka, informou que o sargento Paulo Pereira de Souza não tinha atestado e estava pronto para o serviço. O soldado foi liberado, há alguns meses, por uma junta médica para trabalhar.

“Atestado ele não tinha, isso eu afirmo. Ele estava pronto para o serviço. Me parece que foi apresentado à junta médica há alguns meses e liberado para trabalhar na rua”, diz.

De acordo com a comandante, a informação de que ele poderia trabalhar normalmente, constava na carteira de saúde do sargento. No entanto, Ana Paula Barros Habka ressalta que as investigações tanto da PCDF, como da corregedoria da PMDF vão mostrar se ocorreu algum problema depois dessa junta médica que possa ter afetado o policial.

Cuidado com a saúde mental do policial

A comandante-geral da PMDF, que tomou posse em 9 de janeiro, há menos de uma semana, ainda afirmou que a pauta inicial agora é o cuidado com o policial, ou seja, a saúde mental é prioridade da gestão.

“Tenho reunião marcada nesta semana com o alto comando, porque a gente não pode esperar mais: é cuidar do policial. Chamei o departamento de saúde e os demais pra gente impor uma estratégia, mas aquela imediata. Não é ‘vamos pensar, montar um grupo de trabalho’, não, é imediato”, diz a coronel Ana Paula Barros Habka.


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Primeiras Notícias Publicidade 1200x90