18/04/2023 às 05h58min - Atualizada em 18/04/2023 às 05h58min

[IMAGENS FORTES] PMs gravados agredindo mulher com socos no rosto são afastados das funções

G1
Foto: Reprodução
Os dois policiais militares que foram filmados agredindo uma mulher no meio da rua, em Primavera, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, podem ser afastados provisoriamente do serviço de rua. A Secretaria de Defesa Social (SDS) fez o pedido, nesta segunda (17), e apontou que houve ato incompatível com a função pública.

Imagens enviadas para o WhatsApp da TV Globo mostram Nadiane Kênia Ramos, que tem 25 anos, levando socos no rosto. As agressões foram registradas do lado de fora do Clube Municipal de Primavera, onde estava acontecendo um show.

Por meio de nota divulgada nesta segunda, a SDS informou que os PMs foram identificados logo depois das agressões pela Polícia Militar e pela Corregedoria-Geral.

Um processo administrativo-disciplinar foi aberto. O pedido de afastamento provisório deles foi feito pela secretária de defesa Social, Carla Patrícia Cunha.

Na nota, a SDS informou que a solicitação foi feita com base no artigo 14 da lei Nº 11.929/2001, que trata do código de disciplina dos militares.

Caso fique comprovado, ao longo da tramitação do processo, que eles descumpriram o código de conduta dos militares, a corregedoria poderá pedir a expulsão deles da PM.

Gajop repudia violência e se coloca à disposição da vítima

O Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop) divulgou uma nota na tarde de segunda (17) repudiando a violência dos agentes da PM-PE e se colocando à disposição da vítima “para prestar assessoria jurídica gratuita e acompanhá-la em todas as etapas do processo investigatório da corregedoria”.

A entidade destaca que, “ao que parece, não foram respeitados os protocolos referentes ao uso progressivo e seletivo da força” e cobra uma investigação rigorosa, com medidas de revisão "dos padrões de abordagem e protocolos de atuação que visem coibir atitudes arbitrárias e covardes”.

“Em Pernambuco, há uma escalada de casos dessa natureza. É inadmissível que agentes do Estado tenham condutas como essa, sobretudo quando veladas pelo machismo, racismo e demais formas de discriminação”, disse o Gajop na nota.

Entenda o caso

No domingo (16), Nadiene contou ao g1 que havia ingerido bebida alcoólica e estava caminhando na rua com o irmão, quando teve a sensação de que estava sendo perseguida e se aproximou de uma viatura policial para pedir ajuda.

Ao falar com os policiais que estavam dentro do carro, Nadiane disse que se apresentou como ex-companheira do sargento reformado da Polícia Militar João José Soares, conhecido como João da Kombi, de 61 anos, que foi assassinado a tiros na cidade, em fevereiro de 2022.

Ela informou que, na ocasião, também foi baleada na ocasião, mas sobreviveu. Nesse momento, segundo ela, um PM a xingou, desceu do carro e começou a dar socos nela.

No vídeo, é possível ver Nadiane conversando com os policiais sentados no banco dianteiro da viatura. Logo depois, o carro anda um pouco para frente e para.

É possível ver um dos agentes dando socos e tapas na cabeça da vítima, que está acuada e tenta se proteger com as mãos. Enquanto sofre as agressões, a mulher acaba sendo empurrada na direção do outro policial, que dá um tapa no rosto dela.

Segundo Nadiane, após as agressões, um dos agentes lançou spray de pimenta nos olhos dela. Foi quando os policiais voltaram para a viatura e deixaram o local.

Com hematomas no corpo, ela disse que foi socorrida por moradores que passavam pela área e voltou para casa.


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