05/09/2017 às 15h52min - Atualizada em 05/09/2017 às 15h52min

PF apreende R$ 480 mil em espécie de cinco moedas diferentes na casa de Nuzman

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Foto: PABLO JACOB / Agência O Globo
Na ação de busca e apreensão realizada na casa do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, durante a Operação Unfair play, nesta terça-feira, policiais federais apreenderam a quantia de cerca de R$ 480 mil em dinheiro vivo. O que chamou a atenção dos agentes foi o fato de terem sido encontrados valores em cinco moedas diferentes, nas seguintes quantidades: Real (102.950), Dólar (35.472), Euro (67.720), Libra (1.315) e Francos Suíços (8.260).

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça que autorize o bloqueio de pelo menos R$ 1 bilhão dos patrimônios de Nuzman, do empresário Arthur César de Menezes Soares Filho — conhecido como "rei Arthur" por dominar os contratos de prestação de serviços com o governo do estado do Rio — e de sua sócia Eliane Pereira Cavalcante, a título de danos morais à coletividade fluminense.

Nuzman está na sede da Polícia Federal no Rio, onde presta depoimento nesta terça-feira, e terá de explicar a origem do dinheiro encontrado em sua casa.

Ele também teve os veículos bloqueados - poderá continuar usando, mas não poderá vendê-los, para o caso de serem apreendidos futuramente. Nuzman precisará ainda entregar o passaporte - há a suspeita de ele possuir um passaporte russo para usar em uma eventual fuga, mas o documento não foi encontrado em sua casa.

Busca por novas provas

Além do dinheiro, a polícia apreendeu na casa de Nuzman documentos e um computador, de onde pretende tirar provas de sua participação no esquema de compra de votos para a candidatura do Rio. Pesam contra o cartola as viagens feitas a países africanos nos meses que antecederam a escolha da sede olímpica. A suspeita contra Nuzman ainda precisa de mais elementos concretos, o que explica ele ter sido apenas levado a depor, e não ter tido a prisão pedida pelo MPF.

- Temos comprovado o pagamento da empresa do Arthur Soares para Papa Diack. Há provas documentais de que a Matlock pertence a Arthur e transferiu para contas de Diack. Obviamente, ele (Arthur), um empresário brasileiro, não teria como saber quem pagar para comprar os votos. Alguém fez essa ligação, e acreditamos, pelas circunstâncias, que Nuzman é essa pessoa que teria feito a ligação. É o elo entre as pontas. As investigações não terminaram, ainda estamos buscando (novas provas) - disse o procurador Eduardo El Hage.

- Venderam a realização dos Jogos como um grande momento de desenvolvimento do Rio, e nossas investigação estão mostrando que foram um trampolim para inúmeros casos de corrupção: Arco Metropolitano, transolímpica, metrô lina 4, o serviço de alimentação, tudo que estamos investigando. É algo que ofende a população do Rio, um vexame que tem de ser reparado - afirmou a procuradora Fabiana Schneider.



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