01/04/2023 às 18h04min - Atualizada em 01/04/2023 às 18h04min

'Paguei excesso de bagagens', diz à PF militar apanhado com joias

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-assessor do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, Marcos André dos Santos Soeiro, disse que precisou pagar excesso de bagagem para trazer ao país “tantos presentes” oferecidos pelo governo da Arábia Saudita, em 2021, publica O Globo.

Em outubro daquele ano, o então ministro representou o país numa viagem ao Oriente Médio. Ao fim do compromisso, o príncipe Mohammed bin Salman Al Saud entregou a Bento Albuquerque um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes. Todos avaliados em R$ 16,5 milhões.

Os itens foram retidos porque não haviam sido declarados ao Fisco. Bento Albuquerque teria dito na alfândega que as joias eram para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Em seu depoimento, Soeiro disse que, ao regressar ao Brasil, o carrinho de bagagens tinha “tantas malas e caixas que ficava acima da sua cabeça, o que nunca tinha acontecido”. 

Além das joias, segundo ele, havia outras coisas para trazer, como “caixas grandes com muitas frutas, cafés e óleos”. Alguns desses itens também foram retidos pela Anvisa.

Em 25 de outubro, de acordo com o militar da Marinha, Bento Albuquerque telefonou para ele e “disse que o príncipe regente saudita falou que enviaria ainda um outro presente para o hotel, porém, o ministro disse não saber o que era”.

Segundo o ex-assessor,  um emissário do príncipe foi ao hotel onde a comitiva brasileira estava hospedada. Ele levou duas caixas embrulhadas em papel especial com brasão da família real.

Soeiro afirmou ter ligado para Albuquerque para informar que “as caixas chegaram e estavam lacradas”. Como ele não tinha mais espaço na sua bagagem, ficou decidido que o ministro levaria um pacote e que o assessor transportaria o outro. Apenas o ajudante foi barrado pela Receita ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos.

Reportagens do Estadão revelaram, até o momento, que comitiva liderada pelo então ministro Bento Albuquerque recebeu três pacotes de joias do regime da Arábia Saudita em outubro de 2021.

O segundo pacote, assim como o terceiro, foi incorporado ao acervo pessoal do ex-presidente. Entretanto, como determina entendimento do TCU de 2016, joias não são itens personalíssimos e, portanto, devem ser mantidas com a União, no acervo da Presidência.

Bolsonaro já devolveu o segundo pacote à Caixa. E ele ainda entregou à PF armas que recebeu do regime dos Emirados Árabes Unidos.

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