06/12/2022 às 15h36min - Atualizada em 06/12/2022 às 15h36min

PMs participaram de sessão de tortura contra suspeitos de roubar picanha em supermercado; reveja no vídeo

Metrópoles
Foto: Reprodução
A Polícia Civil identificou, nesta terça-feira (6/12), três membros da Polícia Militar que participaram do caso de tortura contra dois suspeitos de furtar pacotes de picanha em um supermercado em Canoas, município do Rio Grande do Sul. Entre eles estão dois PMs da ativa e um outro aposentado.

A identificação aconteceu depois que a Corregedoria da Brigada Militar (BM) abriu, nesta segunda-feira (5/12), um processo para investigar o envolvimento de PMs no crime.

De acordo com a brigada, os agressores tentaram acessar a ficha criminal das vítimas e obtiveram a informação falsa de que uma delas teria passagem por estupro, o que só intensificou a violência. Os responsáveis pelo caso investigam se há participação de outros agentes.

Além dos três policiais, mais quatro pessoas participaram das agressões, todas já mapeadas pela investigação. Ao todo, cinco dos envolvidos trabalhavam como seguranças da empresa de vigilância patrimonial Glock e dois como funcionários do supermercado.

Ainda segundo as investigações, a polícia foi acionada depois que uma das vítimas recorreu ao Hospital Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre com ferimentos graves, entre fraturas na cabeça e no rosto. Antes da equipe chegar ao estabelecimento em que o crime aconteceu, porém, as imagens de todas as 31 câmeras de segurança do local foram apagadas. Mesmo assim, peritos criminais do Instituto Geral de Perícia (IGP) do estado conseguiram recuperar os arquivos.

Relembre o caso

As agressões aconteceram no dia 12 de outubro, depois que dois suspeitos de roubar dois pacotes de picanha foram encurralados, em flagrante, por funcionários em uma das lojas do supermercado Unisuper.

Os homens sofreram golpes com pauladas e chutes por todo o corpo, além de receber ameaças com martelos. Nas imagens de segurança, também é possível ver que dois dos agressores estavam armados. Uma das vítimas, um homem negro, foi a que mais sofreu com as violências do grupo.

“[Ele] foi o que mais apanhou, muito na região do rosto. Tem um momento que eles até jogam uma água no rosto dele, porque ele sangrava em abundância”, relatou o delegado Robertho Peternelli ao G1.
Em nota, a rede de supermercados Unisuper informou que repudia “veementemente qualquer ato de violência ou de violação dos Direitos Humanos” e que está “integralmente à disposição das autoridades para fornecer todas as informações solicitadas”.

A empresa Glock, que presta serviço ao supermercado, disse que só vai se manifestar em juízo. Os advogados dos funcionários do estabelecimento envolvidos também disseram que só vão se manifestar em juízo.


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