23/10/2022 às 14h40min - Atualizada em 23/10/2022 às 14h40min

Lula relaciona ação de Jefferson contra PF ao "clima de ódio" criado por Bolsonaro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a reação do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) contra a Polícia Federal hoje "não é normal" e que é preciso "bom senso na convivência democrática". Em coletiva, ele relacionou o comportamento ao "clima de ódio" criado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula recebeu a imprensa em São Paulo minutos depois que as notícias sobre a troca de tiros passaram a circular nas redes sociais. Em prisão domiciliar, Jefferson teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e decidiu resistir à prisão.

Informações iniciais apontam que uma agente da PF foi baleada, mas ainda não se sabe a gravidade dos ferimentos e se outros dois policiais foram atingidos. 

"Não é normal." Em coletiva no comitê de campanha, na região central de São Paulo, o petista disse ter sido informado havia pouco sobre o caso e criticou o comportamento do ex-deputado.

"Não sei o que ele [Jefferson] falou, não sei se está fazendo uma live, o que tá falando. O que eu sei é que não é um comportamento adequado, não é um comportamento normal."
Lula, sobre Jefferson

"Todos nós temos que ter o mínimo de bom senso na nossa convivência democrática, nós não podemos tentar aniquilar aqueles que discordam de vocês", completou. "Na hora que a Justiça toma uma decisão, o jeito que você tem de fazer é recorrer dessa decisão, não é outro."

Moraes determinou a prisão Jefferson hoje, após o político ter ofendido a ministra Cármen Lúcia. Ao receber os agentes da PF, ele gravou vídeos em que afirma ter reagido à prisão com tiros contra agentes da Polícia Federal, em sua casa, em Levy Gasparian, no Rio de Janeiro.

"As ofensas que esse cidadão, que eu prefiro não citar o nome, fez à ministra Cármen Lúcia, não é possível de ser aceito por quem ama a democracia, que gosta da verdade. Ninguém tem o direito de utilizar os palavrões que ele utilizou contra uma pessoa comum, muito menos contra uma pessoa que exerce o cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal", criticou Lula.

"Aberração tem nome." Na entrevista, o ex-presidente relacionou ainda a reação e o "clima de ódio no Brasil" ao presidente Bolsonaro, de quem Jefferson é aliado e defensor. Para o petista, o adversário é responsável direto pelas agressões.

"Ele [Bolsonaro] conseguiu criar uma parcela da sociedade brasileira com ódio, raivosa, mentirosa e que espalha fake news o tempo inteiro", disse Lula. "É um desrespeito pela sociedade. Isso gera comportamento como esse do ex-deputado e de algumas pessoas que seguem o adversário nosso. Não é a primeira vez."

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