01/10/2022 às 17h28min - Atualizada em 01/10/2022 às 17h28min

Partidos se movimentam para o ‘dia seguinte’ das eleições: PP e União Brasil discutem fusão, enquanto PT busca apoio de ala do Centrão 'não bolsonarista'

Extra.Globo
Arthur Lira e Ciro Nogueira
Diante do favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pela Presidência, PP e União Brasil iniciaram conversas sobre uma possível fusão. O movimento tem como pano de fundo dar musculatura, no Congresso, a políticos dessas siglas que hoje apoiam Jair Bolsonaro. Também poderia fortalecer a tentativa de reeleição do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mesmo com um eventual terceiro mandato de Lula. Enquanto isso, o PT tenta atrair parlamentares do Centrão afastados do bolsonarismo de olho na formação de futura base aliada.

A negociação sobre um acordo União e PP, contudo, só será aprofundado após o país eleger o novo presidente da República.

A discussão entre os dois partidos foi revelada pela GloboNews e confirmada pelo GLOBO. Políticos que acompanham o debate relatam que o vice-presidente do União Brasil, Antonio Rueda, conversou sobre o tema com o atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, além do próprio Lira — ambos integrantes da cúpula do PP.

Rueda deve deixar Maceió (AL) neste sábado, onde tratou do assunto pessoalmente com o presidente da Câmara. Antes, ele esteve no Piauí para falar com o ministro de Bolsonaro.

Entre os articuladores políticos de Lula, a avaliação é que a movimentação dos dois partidos não fortaleceria, necessariamente, o pleito de Lira pela reeleição. Eles esperam uma aproximação ainda maior com ambas as siglas. Como revelou O GLOBO, o PT já conversa com parlamentares de PP e Republicanos em busca de futuras alianças para formar uma base no Congresso. O mesmo ocorre com o União Brasil.

PP e União Brasil têm hoje, respectivamente, 58 e 51 deputados. Ou seja, uma bancada de 109 parlamentares. O plano dos dirigentes é formar um superpartido para bater de frente com o PT, que conta atualmente com o 56 deputados e deve formar uma bancada ampla em 2023.

Um dos petistas responsáveis pela aproximação com forças de centro argumenta, porém, que "na política, dois mais dois nunca são quatro". Isso porque há pessoas que são dos dois partidos que já gravitam no entorno de Lula. Também avalia que "Lira vacilou na defesa da democracia" e que o PT deverá trabalhar com o Centrão não alinhado ao "bolsonarismo autoritário" para garantir a governabilidade.

Resultado de uma fusão do DEM com o PSL, o União Brasil já tem acesso hoje à maior fatia do fundo eleitoral. As negociações com o PP ainda precisariam do endosso dos candidatos ao governo do partido, em especial de Ronaldo Caiado (GO) e ACM Neto (BA), que lideram as pesquisas de intenções de voto em seus estados.


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