22/09/2022 às 11h53min - Atualizada em 22/09/2022 às 11h53min

PM é preso em operação contra furto de combustíveis da Transpetro

O Dia
PM Claudio Rafael Bernardino, apontado como chefe da organização criminosa Marcos Porto/Agência O Dia
As polícias Civil e Militar e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam, na manhã desta quinta-feira (22), um PM e outros dois suspeitos durante uma operação conjunta contra uma organização criminosa responsável por furtar combustíveis em dutos da Transpetro. O agente, identificado como Claudio Rafael Bernardino, é apontado como chefe da quadrilha.

O PM, lotado do 18º BPM (Jacarepaguá), foi preso em casa, localizada na cidade de Itaguaí, na Região Metropolitana. Em sua residência, foram apreendidos um revólver calibre 38mm, uma granada, uma granada de Paint Ball, duas pistolas de Air soft, dois fuzis de Air soft, uma algema, uma lanterna, um coldre, três carregadores de pistola e munições.

Bernardino é cabo da PM e está há cinco anos na corporação. De acordo com a Tenente Anne Monteiro, da Corregedoria da Polícia Militar, o suspeito será submetido a um processo disciplinar, que pode levar a exclusão do agente da corporação.

"É um prejuízo muito grande para a polícia. A gente entende que a exposição do policial militar é prejudicial à corporação, tanto é que ele é submetido ao processo disciplinar, justamente pra avaliar a conduta dele, o impacto que o comportamento dele traz para a instituição. Ele tem algumas punições disciplinares, mas por atrasar ou deixar de comparecer ao serviço", explica.

Ao todo, os agentes cumprem quatro mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias e Itaguaí. De acordo com o MP, Claudio e outros suspeitos foram denunciados por organização criminosa e furto qualificado.

Armas apreendidas durante a operação conjunta - Marcos Porto/Agência O Dia

Armas apreendidas durante a operação conjunta - Marcos Porto/Agência O Dia


O delegado titular da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), André Neves, falou sobre as investigações que levaram a prisão do policial militar, que começaram a partir de uma denúncia da Transpetro, que percebeu o do furto de petróleo de seus dutos no início deste ano.

"Essa investigação ela acontece a partir de uma operação da DDSD onde foi constatado uma perfuração nos dutos da Transpetro, especificamente para a extração de petróleo. É uma quadrilha que vem sendo monitorada pela Polícia Civil. É um crime que expõe e coloca em risco toda a população, é um risco altíssimo de explosão. A gente sabe que o petróleo é extraído de forma clandestina com essa perfuração e ele é distribuído. Então essa rede de distribuição também está sendo monitorada através do desvendamento dessas investigações. Além disso, a gente sabe que parte disso há envolvimento de grupos de milicianos que atuam na Baixada Fluminense", explicou.

Para ele, a operação foi um duro golpe na organização criminosa que, de acordo com as investigações, age com apoio da milícia. "Há uma interlocução da milícia nessa nessa atuação criminosa, há uma permissividade para que os grupos atuem. Um agente público foi preso com essa modalidade criminosa e a gente está apurando a vinculação dele com as lideranças da milícia que atua em Nova Iguaçu. Não é uma ação simples, demanda conhecimento técnico e demanda sobretudo logística por parte dos criminosos".

Em uma das ocasiões relatadas em janeiro deste ano, ao detectar a despressurização nos dutos, a polícia foi acionada e equipes da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados foram até o local. Os agentes foram recebidos com tiros e houve confronto. Ao cessar dos disparos, os policiais encontraram no interior do veículo abandonado no local documentos, telefone celular e outras munições.

Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Especializada em Crime Organizado do TJRJ.


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