13/08/2022 às 06h57min - Atualizada em 13/08/2022 às 06h57min

Após vídeo, 'Fama de gay' fez jogador ser rejeitado por mais de 50 equipes

O Dia
Elyeser Rafael Melo/Santa Cruz
O jogador Elyeser, de 32 anos, que passou por Coritiba e Goiás, e que atua pelo Santa Cruz, afirmou ter sido vítima de preconceito. Em depoimento ao podcast "Nos Armários dos Vestiários" do portal "globoesporte.com", o atleta revelou ter sua carreira prejudicada após ter ficado com "fama de gay" devido a um vídeo que viralizou nas redes sociais.

"Fiquei oito meses sem jogar por causa disso. Cheguei a pensar em jogar de graça, que iria parar de jogar. Toda vez que meu nome aparece em uma negociação alguém lembra desse vídeo. E aí solta um: “Ah, não vamos trazer o Elyeser porque vai chegar a um determinado momento de clássico os torcedores rivais, se ganharem da gente, vão pegar esse vídeo…”. Eu cheguei a escutar isso de presidente, de diretor. Então não era pelo lado técnico, era esse o empecilho", afirmou.

Tudo começou devido a um vídeo que ele compartilhou com ex-companheiros do Goiás em 2017, durante o período de férias. Embalado por um dos sucessos da cantora Marília Mendonça, o jogador cantava de forma descontraída em casa. Em 2021, o vídeo acabou viralizando e atrapalhando sua carreira. Um dos momentos mais complicados ocorreu no Paysandu. O atleta foi anunciado em fevereiro e acabou afastado do clube poucos meses depois, após o vídeo se espalhar.

"Por causa de um vídeo. E não vem ao caso se é uma brincadeira, se não é uma brincadeira. O fato é que, pelo vídeo que ele fez, praticamente todas as portas se fecharam no futebol. Eles (os dirigentes) não queriam analisar o jogador Elyeser. Isso foi o que mais me chocou. Eles não analisavam, não viam os números dele. Diziam apenas que não contratariam homossexual", disse o empresário do atleta, Diogo Pinheiro. 

De acordo com o agente, quase todos os times da Série B e outras equipes do futebol brasileiro fecharam as portas para o jogador por conta do ocorrido. "Eu perdi a conta de quantos times, mais de 50. Da Série B foram 17, mesma coisa na Série C, mais alguns clubes da Série D fecharam as portas para ele. Inclusive alguns clubes que só jogavam o Estadual. Em praticamente todos a resposta foi a mesma. Essa parte dele fora de campo não viabilizaria a contratação", contou.


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