22/06/2022 às 06h01min - Atualizada em 22/06/2022 às 06h01min

CHOCANTE: 'Se não estivessem ali, ele teria me espancado até a morte', diz procuradora agredida dentro de prefeitura

R7
REPRODUÇÃO RECORD TV
Machucada e traumatizada, a procuradora-geral do município de Registro, no Vale do Ribeira, Gabriela Samadello, de 39 anos, afirmou que, se não tivesse tido ajuda de mais pessoas ao ser agredida pelo colega e também procurador Demétrius de Macedo, poderia ter morrido com os golpes. "Acho que é uma coisa muito grave, se as pessoas não estivessem ali para me socorrer, fatalmente não estaria aí para contar essa história, ele teria me espancado até a morte."

As agressões ocorreram dentro de uma sala da prefeitura e imagens mostram a sequência de socos e chutes contra Gabriela Samadello, de 39 anos, que ficou com ferimentos, principalmente na cabeça. Outras mulheres tentaram segurar o agressor que trabalhava com Gabriela na procuradoria havia nove anos e era subordinado a ela desde o começo deste ano.

"Fui violentamente atingida por uma cotovelada na cabeça, fui arremessada contra a parede. Nisso, ele veio para cima de mim e começou a me espancar no canto da parede, chutou muito a minha cabeça, chutou meu corpo inteiro", disse ela. 

Gabriela acredita que Demetrius não aceitava ter uma mulher como chefe e afirma que recentemente havia aberto um processo contra ele por destratar uma funcionária da procuradoria. "Ele já havia hostilizado uma outra funcionária nossa, a gente tinha tido uma conversa a respeito disso, ele foi superagressivo, me expulsou da sala dele quando tentei conversar. Não sei se foi porque eu solicitei a apuração desses fatos."

A Prefeitura de Registro afastou o procurador das funções na terça-feira (21), com suspensão de pagamento do salário. O caso foi registrado na Delegacia da Mulher. Demétrius prestou depoimento e foi liberado. Ele alegou que estava sendo moralmente assediado, segundo a polícia. Ele vai responder por desacato e lesão corporal.

Mesmo com o procurador afastado do caso, Gabriela afirma que não se sente segura. "Estou traumatizada, com medo de sair de casa sozinha, me sentindo fragilizada, dolorida, tive muita dor de cabeça, dificuldade para me alimentar", diz. 

Veja o vídeo:
A motivação da agressão seria um processo administrativo contra ele, por ter um comportamento ruim no ambiente de trabalho, segundo boletim de ocorrência que o G1 Santos e Região teve acesso. Gabriela ficou com o rosto ensanguentado, depois de receber os golpes.

No vídeo, Demétrius dá socos no rosto da procuradora-geral, que tenta se proteger enquanto grita por socorro. Ele ainda a xinga de “puta” e “vagabunda do caralho”. Outras mulheres que trabalham no local tentaram conter e segurar o homem, que empurra uma delas contra a porta com força.

Repúdio

Em nota, a prefeitura de Registro (SP) informou que manifesta o mais absoluto e profundo repúdio aos brutais atos de violência realizados pelo procurador municipal. “Que a vítima e sua família recebam toda nossa solidariedade, apoio e cada palavra de conforto e acolhimento”, disse em nota.

A administração municipal ainda determinou a imediata suspensão do agressor com prejuízo no salário dele, a partir de 21 de junho.

Também em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, subseção Registro, repudiou a “inadmissível, covarde e grotesca agressão física praticada” pelo procurador municipal.

Um ofício contra Demetrius Oliveira será representado na Comissão de Ética e Disciplina. “A agressão atingiu toda a advocacia e a toda a sociedade de uma forma geral, causando indignação permanente”, informou trecho da nota.


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