27/05/2022 às 20h28min - Atualizada em 27/05/2022 às 20h28min

Caso Genivaldo: vídeo de policial e professor sobre o uso de gás em viatura viraliza

O Dia
A chocante abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que culminou na morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, em Sergipe, na quarta-feira passada (25), repercutiu nas redes sociais nesta sexta (27) após viralizar um vídeo de Ronaldo Bandeira, policial e professor do Alfacon, curso preparatório para concursos militares. Bandeira compartilhou, aos risos, com os alunos um episódio de tortura semelhante ao de Genivaldo.

Durante a aula, Bandeira ensina aos alunos que o uso de gás lacrimogênio em viaturas é uma 'estratégia' para conter suspeitos presos e algemados. "(...) Ele ainda tentou quebrar o vidro da viatura com chute. Ficou batendo o tempo todo. O que a polícia faz? Abre um pouquinho (faz gesto como se soltasse o gás para dentro do carro). F...-se, é bom pra c... a pessoa fica mansinha", disse em trecho do vídeo.
Vítima fatal de uma espécie de 'câmara de gás' improvisada dentro da viatura da PFR, Genivaldo conduzia uma moto quando foi abordado pela falta de capacete. No boletim de ocorrência, os agentes disseram que o condutor desobedeceu a ordem de desembarcar da moto e levantar para o processo de revista. Genivaldo foi detido e dentro da viatura teve início a sessão de tortura.

Após o vídeo com a aula de Bandeira viralizar, muitos usuários chocados se posicionaram com indignação, como Sabrine Nogueira, pelo Twitter: "O AlfaCon foi um ambiente de professores assim". "Essa é a prova cabal que os testes psicotécnicos para ingressar nas carreiras policiais são falhos", contestou Daian Callai. "Tem método... a coisa aconteceu em razão de uma cultura policial deturpada, que está enraizada na formação de muitos agentes", avaliou Gabriel Mônaco.

Pelas redes sociais, Ronaldo Bandeira anunciou que se pronunciará em breve sobre a polêmica. Em nota, o AlfaCon Concursos Públicos afirmou repudiar qualquer gesto de violência contra civis e reiterou que Bandeira não integra mais o quadro de professores do curso. Confira abaixo o posicionamento oficial, na íntegra.

"O Alfacon Concursos informa que repudia qualquer tipo de violência, seja física ou psicológica, contra civis. A empresa, tanto por meio da plataforma de cursos como pela editora, acredita que a educação é o motor de transformação social e de estabilidade financeira, promovendo, nos seus 13 anos de existência, acesso de estudantes ao conhecimento técnico necessário para concursos públicos das mais variadas naturezas.

Em que pese o fato de o referido professor não fazer mais parte do curso desde 2018, o Alfacon não compactua com as informações, que não condizem com as políticas e os valores da companhia. Esse discurso tampouco está em alinhamento com os treinamentos pelos quais todos os educadores são submetidos ao ingressarem no corpo docente. O Alfacon preza pela formação dos oficiais, valorizando a carreira policial de forma ética, entendendo a importância desses profissionais para a segurança pública."


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