12/05/2022 às 15h07min - Atualizada em 12/05/2022 às 15h07min
Mulher estuprada por policial em delegacia: “Durmo à base de remédios”
Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles A mulher que afirma ter sido estuprada em Sidrolândia (MS) por um policial civil afirma que a vida dela se transformou em um caos. “Não saio mais de casa, só durmo à base de remédios. Não consigo comer direito, minha vida está um caos”, relata.
“Ele abusou de mim desde a primeira vez que cheguei. Cheguei de manhã, e à noite era o plantão dele. No primeiro dia, eu já fui estuprada. Na primeira noite, fui levada até a Sala Lilás [espaço da unidade policial dedicado ao atendimento de mulheres vítimas de violência de gênero]. Toda vez que tinha plantão dele, ele fazia questão de ir na cela”, contou ao G1. Por questões de segurança, a identidade da mulher de 28 anos foi preservada.
Ela não é de Mato Grosso do Sul. Chegou por Ponta Porã, em viagem com um outro rapaz a São Paulo. No dia da viagem, a van deles foi abordada e o rapaz levava droga na bagagem. O casal foi conduzido à delegacia e, naquela noite, foi estuprada pela primeira vez pelo policial, na Sala Lilás, dedicada ao atendimento de vítimas de violência de gênero.
O investigador Elbesom está detido na 3ª DP, na capital do estado. A defesa ainda não se manifestou sobre o caso.
O acusado também foi denunciado por outros presos, que procuraram a delegada ao saber que o caso ocorria. Eles disseram que viam a mulher chorando, ocasião da violência.
O investigador Elbesom foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por estupro, importunação sexual e violência psicológica, que o tornou réu.
A denúncia foi acolhida em abril pela juíza Silvia Eliane Tedardi da Silva, da Vara Criminal, em Sidrolândia. Nesta terça-feira (10/5), o juiz da 7ª Vara Criminal, em Campo Grande, Marcelo Ivo de Oliveira, determinou que a defesa de Elbesom se posicione.
A mulher teve a prisão por tráfico de drogas revogada e ela retornou para a casa, com a mãe e os filhos, para “resguardar a integridade física e psicológica”, segundo a decisão da Justiça de Sidrolândia.