Mãe de criança de 2 anos que caiu de 4º andar de prédio em Bayeux passa por audiência de custódia e vai responder processo em liberdade

A mãe da criança de 2 anos que caiu do 4º andar de um prédio, em Bayeux, na Grande João Pessoa, passou por uma audiência de custódia, na manhã desta segunda-feira (4), e vai responder o processo em liberdade. A informação foi divulgada pelo Conselho Tutelar da região.

De acordo com a conselheira tutelar, Edvânia Dantas, foram ouvidos Laécio Bragante, diretor geral do Hospital de Trauma de João Pessoa, e também Ana Paula, que é vizinha da família.

A princípio, foi descartada a hipótese de “abandono de incapaz”, o qual se configura, segundo Edvânia, mediante “relatos de maus tratos, de deixar sozinho, de pouco cuidado com o ambiente e com a criança”.

No entanto, o Conselho Tutelar de Bayeux deve encaminhar formalmente o caso ao Ministério Público e à Vara da Infância.

Conforme Edvânia, “o juiz vai determinar se a guarda fica com os familiares e vai avaliar toda a situação".

Entenda o caso

Uma criança de 2 anos caiu do 4º andar de um prédio localizado no bairro Mário Andreazza, em Bayeux, Região Metropolitana de João Pessoa. O acidente aconteceu na noite do último sábado (2).

A suspeita é de que a criança teria subido em uma cama e se debruçado na janela, quando caiu. Ela estaria sozinha no apartamento, com outra criança de 7 anos, que seria a irmã dela.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorreu a criança e a encaminhou para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.

Devido a gravidade dos ferimentos, foi necessária a transferência da criança para o Hospital de Trauma de João Pessoa, onde segue internada na UTI pediátrica, com lesões graves, inclusive no crânio, e intubada.

A mãe da criança foi, inclusive, agredida por moradores que a culparam pelo ocorrido, e também foi levada ao Hospital de Trauma, onde permaneceu internada sob custódia e recebeu alta no domingo (3), quando foi conduzida para a Central de Polícia Civil.

Audiência de custódia

Durante a audiência de custódia, o diretor do Hospital de Trauma de João Pessoa, Laécio Bragante, deu detalhes sobre o estado de saúde da criança.

“Lamentavelmente, essa criança apresentou um trauma craniano grave quando chegou a esse hospital. Foi feito o primeiro procedimento cirúrgico, foi colocado um dispositivo para medir a pressão intracraniana. Agora de manhã [nesta segunda] essa pressão começou a apresentar uma tendência a elevação e nesse momento essa criança se encontra no centro cirúrgico fazendo mais um procedimento cirúrgico para descomprimir o cérebro. É uma condição ainda grave, mas temos esperança da recuperação dessa criança”, disse Laécio.

O médico disse ainda que, “no impacto com o solo, muito provavelmente a primeira estrutura a sofrer agressão foi o crânio, dadas as várias fraturas e múltiplas contusões cerebrais, mas essa criança ainda apresentava uma fratura de um dos arcos costais, felizmente sem lesão pulmonar”.

Já a vizinha da família, Ana Paula, contou que estava em casa quando os demais vizinhos demonstraram preocupação e ficaram agitados com o ocorrido.

“Me chamaram, chamaram a irmã dela que estava comigo e disseram: - Ana Paula, desce aí que o menino de Vanessa caiu. Eu peguei e saí em um desespero só, peguei a criança com uma amiga minha e com o dono do carro e corremos para socorrer a criança”, afirmou Ana.

A vizinha acrescentou que a mãe não tem o costume de deixar os filhos sozinhos. “Ela sempre pede, já pediu ao irmão, a mim, todo mundo ajuda. Ela só foi pedir um sabão para lavar os pratos, mas é cada um que queira julgar e dizer coisas com ela”.

Ana disse ainda que era preciso ver o lado da mãe, que saiu apenas para pedir um favor enquanto a criança dormia. Que é de boa índole e que ajuda todos os vizinhos quando precisam.

G1PB