05/02/2022 às 08h16min - Atualizada em 05/02/2022 às 08h16min
Morre aos 92 anos, viúva do líder comunista Luís Carlos Prestes
Itatiaia
Morreu, nesta sexta-feira (4), Maria Prestes, ativista e viúva do líder comunista Luís Carlos Prestes. Eles foram casados por 40 anos, até a morte de Prestes, em 1990. Maria teve sete filhos com Prestes e outros dois do primeiro casamento. Por conta das atividades políticas, a família Prestes passou boa parte da vida no exílio ou escondida pelo Brasil.
Maria Prestes, que completou 92 anos na quarta-feira (2), estava internada há um mês no Rio de Janeiro, desde que recebeu diagnóstico de covid-19.
Atuante em movimentos sociais, ela escreveu o livro "O sabor clandestino de Maria Prestes", que traz crônicas sobre os anos 1970 e memórias de quando o casal morava em Moscou, na Rússia. Também escreveu "Meu Companheiro: 40 anos ao lado de Luiz Carlos Prestes".
Nascida no Recife, filha de camponeses, Maria foi uma das mais destacadas militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em 1952, recebeu como missão fazer a segurança pessoal de Luís Carlos Prestes: começava a construir ali o casamento que durou até 1990, quando ficou viúva. Não se casou de novo.
Repercussão
Pelo Instagram, O PCdoB lamentou a morte e destacou sua luta: "O Brasil perdeu uma lutadora, uma mulher corajosa, firme e decidida. É uma perda para sua família, para todos nós do PCdoB e para todos e todas que lutam contra as injustiças desse nosso país".
A liderança do PT na Câmara dos Deputados divulgou nota de pesar. "A bancada no PT na Câmara dos Deputados lamenta a partida de Maria Prestes, que faleceu esta noite, como mais uma vítima da Covid. Com 92 anos, completados no dia 02 de fevereiro, foi batizada como Altamira e desde adolescente aderiu ao Partido Comunista, em Pernambuco. Aguerrida militante, foi destacada pra ser segurança do líder Luiz Carlos Prestes, com quem se casou e viveu por 40 anos, a maioria deles na clandestinidade ou no exílio. O Brasil aprendeu a amar Dona Maria, nome que adotou para fugir da perseguição da ditadura. Sua combatividade e dedicação às causas sociais sempre foi admirada pelos militantes petistas. Nas últimas décadas, Maria se aproximou do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, visitando com frequência os acampamentos e assentamentos. Maria se foi, mais ficou seu exemplo de luta, que nunca será esquecido pelo Partido dos Trabalhadores. Maria Prestes, presente!"
