04/07/2017 às 23h08min - Atualizada em 04/07/2017 às 23h08min

De volta ao Senado, Aécio defende governo e se diz vítima de armadilha

G1
Depois de mais de um mês afastado do mandato, o tucano Aécio Neves discursou, nesta terça-feira (4), no plenário do Senado. Disse que foi vítima de uma armadilha e defendeu o governo.

O discurso durou 20 minutos. Assim que começou, os senadores petistas se retiraram, mas Aécio Neves nem sequer citou o PT. Também evitou ataques diretos ao procurador-geral da República. Fez elogios ao governo e ao presidente Temer. Se dizendo vítima de uma injustiça, Aécio admitiu que errou ao se deixar envolver no que ele chamou de “trama ardilosa” e não poupou o delator Joesley Batista.

“Não cometi crime algum. Não aceitei recursos de origem ilícita. Não ofereci ou prometi vantagens indevidas a quem quer que fosse e tampouco atuei para obstruir a ação da Justiça, como me acusaram. Fui, sim, vítima de uma armadilha engendrada e executada por um criminoso confesso de mais de 200 crimes, cujas penas somadas ultrapassariam mais de dois mil anos de cadeia”, afirmou o senador.

Ele foi denunciado no início de junho pela Procuradoria-Geral da República pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça. Na denúncia, os procuradores citam a gravação em que Aécio conversa com o dono da JBS, Joesley Batista, sobre um pedido de R$ 2 milhões feito pela irmã dele, Andrea Neves.

Segundo os procuradores, esse dinheiro era propina. Na gravação, Joesley Batista e Aécio combinam que o dinheiro seria entregue a um homem de confiança do senador, o primo Frederico Pacheco. Segundo a defesa do senador, o dinheiro seria um empréstimo e não propina.

Aécio Neves reassumiu o mandato, mas não o comando do PSDB. Cresce o movimento de tucanos que pressionam Aécio a desistir da presidência. A preocupação é com a imagem do partido. No Senado, o mandato de Aécio continua ameaçado por um recurso contra o arquivamento do pedido de cassação.

O presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto Souza, do PMDB, decidiu arquivar a representação contra Aécio alegando falta de provas. O senador Randolfe Rodrigues, da Rede, entrou com recurso na semana passada. Só nesta terça, o presidente João Alberto marcou a reunião para a quinta-feira (6) para analisar o pedido.


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