23/11/2021 às 17h30min - Atualizada em 23/11/2021 às 17h30min

União Brasil ainda não definiu seu comando na Paraíba, diz Efraim

Nonato Guedes

Em trânsito para um novo partido, o União Brasil, que será formado a partir da fusão entre o Democratas (DEM), ao qual é filiado, e o Partido Social Liberal (PSL), o deputado federal Efraim Filho disse, ontem, em João Pessoa, que ainda não está definido o comando da agremiação na Paraíba, e que o clima é de indefinição em 27 Estados. Deixou claro, em entrevistas, que tais definições dependerão das tratativas para o registro oficial do União Brasil no Tribunal Superior Eleitoral, o que deverá acontecer até fevereiro do próximo ano, facilitando a composição dos quadros da sigla e outras providências indispensáveis para habilitá-la à participação nas eleições gerais de outubro de 2022.

Efraim, que é coordenador da bancada federal da Paraíba em Brasília e auto-lançado pré-candidato a senador no pleito vindouro, não acredita, porém, na ocorrência de impasses no Estado quanto à formação do União Brasil, explicando que suas relações com o deputado federal Julian Lemos, do PSL, são as melhores possíveis, ambos não são concorrentes nem estão envolvidos em queda de braço por ocupação de espaços na conjuntura local e nacional. Remanescente da campanha bolsonarista de 2018, que chegou a coordenar na Paraíba e no Nordeste, Julian Lemos tornou-se herdeiro e presidente estadual do PSL, fortalecendo-se com a saída da legenda do presidente da República. Lemos, embora continue votando em matérias polêmicas do governo, não tem mais relações de interlocução com Bolsonaro, devido a atritos com filhos do mandatário. O presidente chegou a admitir recentemente o retorno aos quadros do PSL desde que políticos como Julian Lemos fossem expulsos da agremiação, o que a cúpula nacional presidida por Luciano Bivar (PE) não aceitou.

O novo partido, União Brasil, foi idealizado com a perspectiva de ser um dos mais fortes, senão o maior, no sistema de legendas do país e, de acordo com o deputado federal Efraim Filho, essa perspectiva está mantida. O União deverá vir a dispor de dois minutos de tempo de televisão, o que é relevante para postulantes e agremiações na campanha eleitoral do próximo ano e deverá ser um dos maiores beneficiários com quinhão do chamado Fundo Partidário, que garante a sobrevivência financeira de quem está na cena política. Para o deputado paraibano do DEM, as decisões de caráter local deverão se dar, entre o seu partido e o PSL, em clima de consenso, dando como exemplo que Julian Lemos será candidato à reeleição à Câmara, enquanto ele postulará o Senado, de preferência aliado ao grupo do governador João Azevêdo (Cidadania).

Em termos de sucessão presidencial, ao ser indagado sobre sua posição diante do ambiente de polarização que já se ensaia entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal Efraim Filho lembrou que o DEM, atualmente, tem um pré-candidato ao Planalto, que é o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que causou boa impressão quando da estratégia de combate ao coronavírus no país. O deputado federal Julian Lemos já havia externado sua preferência pessoal pela pré-candidatura do ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que está filiado há pouco mais de uma semana ao “Podemos”. Efraim acredita, entretanto, que eventuais divergências ou desalinhamentos nesse campo poderão ser superadas, no bojo de mudanças que deverão ocorrer no interior das legendas com vistas às eleições de 2022, lembrando que, não por acaso, circula em algumas áreas a tese da federação partidária, que tem restrição em outros segmentos.

A nível local, no que diz respeito às eleições para governador, tanto Efraim Filho como o deputado Julian Lemos estão afinados com a liderança do governador João Azevêdo, do Cidadania. A aproximação entre Lemos e o chefe do executivo foi consolidada na discussão de pautas comuns ligadas à Segurança Pública, que é uma agenda de atuação do parlamentar do atual PSL. Da parte de Efraim, ele diz que se considera integrante do grupo capitaneado pelo chefe do Executivo desde batalha anterior e exemplifica que, como coordenador da bancada federal, conseguiu operar para que o entendimento prevalecesse na destinação de verbas de vulto para o Estado no Orçamento Geral da União para o próximo ano, contemplando setores essenciais como a Saúde, a Educação e a Infraestrutura. Considera que tem sido correto e leal para com Azevêdo e espera que isto seja levado em conta quando do anúncio da posição do governante acerca do Senado.

Efraim Filho concluiu ressaltando que não se considera inimigo do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), que também pleiteia o Senado no grupo do governador João Azevêdo, lembrando que teve, inclusive, o apoio dele para liderar a bancada paraibana na Câmara e encaminhar as reivindicações mais urgentes para o Estado. Observou que sua pré-candidatura ao Senado é uma questão de vocação e, também, uma construção coletiva, mencionando apoios distintos como o do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), do deputado Adriano Galdino, presidente da Assembleia Legislativa, do deputado Ricardo Barbosa, ex-líder do governo Azevêdo e de parlamentares federais, sem falar em quantidade expressiva de prefeitos e líderes municipais. “Claro que o projeto nesse sentido implica em vencer desafios, mas estou obstinado, ainda que de forma realista, em cumprir a missão de superá-los e me credenciar a uma vaga no Senado da República representando a bandeira da Paraíba”, arrematou Efraim Filho.


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