04/09/2021 às 05h51min - Atualizada em 04/09/2021 às 05h51min

Com enxada, formanda em medicina homenageia pais agricultores em colação de grau: ‘Gratidão enorme’

Com o a finalidade de homenagear os pais agricultores em um dos momentos mais felizes da sua vida, a jovem Nilcinádia Alves dos Anjos fez as fotos do álbum de formatura e participou da cerimônia de coleção de grau em Medicina segurando uma enxada. A médica, que estudou em escolas públicas de Minas Gerais, é filha de Nilson dos Anjos Filho e Nergina Alves Gomes dos Anjos.

“Eu gosto muito da minha história, valorizo tudo que passei e todo o apoio que recebi. Sou muito grata aos meus pais, carrego uma gratidão enorme no coração e não queria que isso ficasse só pra mim, por isso pensei na enxada, algo que representa o trabalho deles", fala a recém-formada.

Nilson e Nergina, que moram na zona rural de Rio Pardo, viram a filha se tornando oficialmente a primeira médica da família ao som da música "No dia em que eu saí de casa", de Zezé di Carmardo e Luciano. “Quando eu ouvi aquela música foi uma emoção muito grande, o coração batia forte, parecia que ia sair do peito. Ela tem uma história muito bonita e eu sinto muito orgulho", fala o pai.

Segundo reportagem do G1, Nilson cultiva mandioca e sobrevive da venda da goma. Dessa forma, ele e a esposa sustentaram os filhos Nilcinádia e Nilciclébio. Apesar do pouco estudo, ele fez até a terceira série, nunca mediu esforços para que os filhos pudessem estudar. “A educação vem em primeiro lugar, quem não tem uma base, uma estrutura, um começo, vai ter uma vida mais difícil”, destaca.

Nilcinádia conta que a escola ficava a alguns quilômetros de onde morava e ia a pé, de bicicleta ou levada pelo pai. Já com 13 anos, no ensino médio, ela pediu aos pais que a deixassem ir para o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, em Salinas. O irmão estudou nesse mesmo local.

Com o apoio da família, Nilcinádia se mudou para Montes Claros. Por um ano e meio ela se preparou para prestar o vestibular. Ainda de acordo com a reportagem, na época, a Universidade Estadual de Montes Claros, única instituição pública da região com o curso, oferecia oito vagas por cotas para medicina. Com 19 anos, Nilcinádia conseguiu a aprovação e ficou em segundo lugar.

Ela fala que o exemplo dos pais, que trabalharam exaustivamente para que ela pudesse realizar o sonho de se tornar médica, continuará guiando todos os seus sonhos ao longo da vida. Com Band News


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