15/08/2021 às 15h57min - Atualizada em 15/08/2021 às 15h57min

Golpe militar é a última carta de Bolsonaro para manter-se no poder

Blog do Noblat

Metrópoles
Orlando Brito
Se as Forças Armadas, a qualquer momento ou só depois do resultado da eleição do ano que vem, apoiarão ou não o golpe tão acalentado por Jair Bolsonaro, é uma incógnita. As opiniões divergem. Há indícios preocupantes de que poderão fazê-lo.

O certo é que a carta do golpe é a última que resta ao presidente que se elegeu defendendo a destruição do “sistema” para que desse lugar a outro ao seu gosto, e ao gosto dos seus devotos. Pela direita, naturalmente. Pela extrema direita, de preferência.

Comprar votos de parlamentares por meio de uma versão secreta do Orçamento, aumentar o valor do programa Bolsa Família que ele combatia, dar calote no pagamento de dívidas reconhecidas pela Justiça, gastar a não mais poder são recursos discutíveis.

Poderão funcionar em grande escala tornando o golpe dispensável, ou em escala reduzida. Difícil é que diminuam expressivamente a taxa de desemprego até outubro de 2022. Ou que produzam a sensação de que as coisas melhoraram. A inflação está aí de volta.

O voto não é racional. Vota-se em primeiro lugar pensando no bolso – como mais ou como menos hoje? Vota-se com base em impressões que se consolidam a respeito dos candidatos, e da capacidade que eles tenham de despertar esperança.

Não se repetirá jamais, muito menos em curto prazo, a mesma conjuntura que elegeu Bolsonaro, um deputado do baixo clero da Câmara, excluído do Exército por ter planejado atentados à bomba a quartéis, um desconhecido esfaqueado por um louco.

Por enquanto, ele estrebucha na maca para não ficar de fora do segundo turno da eleição de daqui a 14 meses. Se ficar, as chances de um golpe se reduzirão drasticamente. Afinal, haverá outro candidato como alternativa ao espantalho de sempre – Lula.

Ao seu juízo, a maneira que tem Bolsonaro de permanecer no páreo é provocar tensões que possam, de uma hora para outra, desatar a ruptura institucional que ele tanto persegue. Abortar as eleições é o seu desejo número um, e ele não desistirá disso. Com Blog do Noblat


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