06/06/2021 às 12h57min - Atualizada em 06/06/2021 às 12h57min

Apresentador volta à TV após a Covid-19 e garante que terá “o mesmo cuidado”

FOTO: EDU MORAES/RECORD TV
A programação das manhãs da Record ganhará novidades nesta segunda-feira (7/5). A partir desta data, a primeira faixa do jornalismo da emissora terá uma nova dinâmica de apresentação.

Das 6h às 8h30, passará a apresentar o Balanço Geral Manhã SP, voltando a comandar um programa diário. O jornalista terá, no estúdio, o apoio do comentarista de segurança pública Diógenes Lucca. Geraldo ainda contará com a companhia de dois personagens, um garçom, interpretado pelo Anão Marquinhos, e um galo virtual, numa referência a William, ave que ficou famosa quando ele apresentava a edição vespertina do programa.

E entre às 5h e 6h, o Balanço Geral Manhã continua sob a apresentação de Bruno Peruka. Confira abaixo a entrevista que Geraldo deu à coluna.

Qual é a sua expectativa em voltar ao ar num formato que o tornou conhecido nacionalmente?

É a melhor possível. Não é uma expectativa, é uma certeza de que eu vou reencontrar o meu público somando ao público do Balanço Geral Manhã. Uma conquista diária de um jornalismo forte, que é o jornalismo da Record TV. A gente vai ter grandes nomes lá do meu lado. Um time reforçado de jornalistas bem formados. A notícia vai estar recheada sempre de bom humor, porque o improviso ao vivo ele me alegra, me impulsiona a brincar logo pela manhã e deixar as pessoas bem informadas e também com bom humor.

Teremos quadros que vão mostrar o cotidiano e a história de São Paulo que estão escondidas na maior cidade do país, cidade que vai acordar com Geraldo balançando e com personagens que realmente representam o povo. Eu estou muito feliz, principalmente por voltar me comunicar todo dia. O diário da notícia me eleva. Isso me anima demais. Então ,eu estou ganhando um presente depois de ter sobrevivido a essa doenças e ter voltado à vida. Voltar a trabalhar falando com aquilo que eu mais gosto…. Eu vou fazer voltar o rádio na TV, é a notícia rápida com informação, e também vai ter um emoção.

Antes de ter Covid-19 e se ausentar do seu programa, já pensava em voltar a esse formato?

Eu não esperava pegar o Covid porque eu me cuidava muito. Eu ia ao caixa eletrônico de luva, chegava em casa e trocava de roupas. Sou um diabético que sempre me cuidei. Não estava tendo circulação. Eu estava trabalhando e aconteceu, não esperava pegar o Covid, muito menos com gravidade, 85% do pulmão tomado, 12 dias de UTI, 25 dias internado, sequelas que foram sérias, uma delas estou tratando ainda. Mas estou bem. Não esperava nem ter ficado ruim daquele jeito, não esperava ter sobrevivido, porque bati na trave, pela misericórdia e livramento de Deus. Eu estava no A Noite É Nossa, estava tudo certo porque o programa ia até ficar, a gente ia entrar para brigar nas noites. E de repente, tive que sair de cena. Peguei o Covid e quase fui embora. Agora sobrevivi e volto nesse presente que é apresentar um programa que eu criei aqui em São Paulo e que deu vida e formato que é o Balanço Geral. Muito feliz!

Você disse recentemente que sua recuperação foi um milagre. Quando passou a achar isso? Quais os momentos mais difíceis?

Momento difíceis são todos. Quando você recebe a notícia que está com Covid, é como receber uma notícia de morte. Você pensa, e você é entubado. Eu não esperava nada disso e muito menos você ficar 12 dias na UTI, e não consegui respirar, ficar com oxigênio total, ter que ficar desacordado para parar e para descansar o pulmão. Mas eu tive a presença da fé, do amor da minha família, que é o meu filho, do público brasileiro, que dobrou os joelhos, e da minha fé interior, porque quando eu vi aquela máscara que ficava o dia todo…E quase a noite toda dormindo de barriga para baixo, com todos aqueles tubos e com aquele oxigênio, com toda aquela coisa. Eu falava: Deus está aqui, Deus está em mim e eu vou sair disso. E eu falei: meu pulmão vai ser limpo e eu senti a presença de Deus dentro daquele quarto de UTI. Até mesmo diante das mortes que eu presenciei lá. A pessoa estava melhor do que eu e em três quatro dias pioraram e eu vi o corpo delas passando pelo corredor e tudo serviu como uma grande aprendizagem para eu estar aqui.

Enquanto esteve doente, houve boatos que havia morrido. Isso chegou até você de alguma forma? Como avalia essa cultura de muitos quererem dar uma notícia a qualquer custo?

Não é nem fake news, é covardia news. O meu filho, pelo menos a cada dois dias, ele saía, você imagina, um garoto de 21 anos de idade, no quarto de UTI onde teria companhia do pai. E ele saía quando comecei a querer comer uma coisa diferente, ele saia para comprar chocolate zero para mim. E numa dessas saídas, quando ele foi, voltou correndo depois de 10 minutos assustadíssimo, e no prazo de 15 minutos, quando ele desceu e estava indo para o mercado, os amigos dele mandaram mensagem: Aí, teu pai morreu? Ele disse: Como assim? Não, meu pai está bem. E os amigos falaram: Não, teu pai morreu, acaba de sair a nota dele. Então, essas pessoas acabam matando em vida com a notícia. O público ficou assustado e hoje qualquer mentira se espalha, qualquer mentira se multiplica, e já é crime no país, a gente já tem como processar. Nós estamos processando três sites. Um deles que deu nota de falecimento e dia de sepultamento. Esse dinheiro que eu ganhar eu vou destinar, qualquer valor, se a Justiça entender que gere indenização, esse dinheiro vai ser destinado para famílias, o alimento ou alguma coisa assim. Não dá para ficar quieto enquanto você está lutando para viver e te matam emocionalmente.

Que cuidados diferentes você vai ter para sua volta ao trabalho?

Eu vou continuar tendo o mesmo cuidado que eu sempre tive. Eu sou um cara delicado comigo, cuidadoso. Não é só o álcool em gel, uns três anos atrás uma mulher me chamou de metido no aeroporto disse: nossa! ele aperta a mão das pessoas e passa álcool. Ele tem nojo. Eu sempre fiz isso. Em avião, quando eu viajava pro Domingo Show, e nenhum um apresentador viajou tanto por este país como eu, me orgulho muito e agradeço a Record por isso, contando história de brasileiros. Eu já colocava máscara, porque eram 200 pessoas no avião, então não sei o que as pessoas têm. De repente, passa uma doença pulmonar… Eu já pensava nisso! Mas é neura? Não! Eu já pensava nos cuidados, até porque eu sou diabético e diabetes séria. Controlada, tanto que eu não tomo insulina. Cuidados redobrados, mas agora a pandemia nos condenou e nos doutrinou a mudanças radicais no trabalho, em casa, no particular. A nossa vida mudou… o mundo mudou.

No meio dessa pandemia a gente fica sonhando com o que faremos quando tudo isso passar. Enquanto estava doente, no que pensava em fazer quando se recuperasse? E o que ainda não fez e quer fazer?

Essa pandemia oculta muitas mentiras. As pessoas dizem que querem voltar a abraçar, já deviam ter abraçado antes, beijado muito antes. Mas eu quero voltar a fazer minhas obras sociais em hospitais e voltar a abraçar essas pessoas. Há 14 ou 15 anos da minha vida eu frequento esses hospitais solidariamente, como uma forma da caridade humana e espiritual, da fé que eu acredito. Voltar abraçar as pessoas que eu amo, voltar para o meu interior, andar nas pracinha que eu gosto. Gosto de ver gente, gosto de andar, gosto de estar no meio do povo. Isso me faz falta, estar no meio do povo, apertar a mão do povo, olhar para o povo, voltar contar a história do povo. Eu sonho com isso, e tem muita coisa que eu quero fazer na Record. Se a emissora parar para saber a lista de coisas que eu quero fazer. É muita história não contada pra contar, muitas ideias, é muita coisa quero voltar e poder viver sem medo.

Quais foram as pessoas que mais estiveram com você nesse período? Aquelas que se preocupavam, ligavam, rezavam? Quem você nunca vai esquecer?

O público ficou muito preocupado comigo e quero agradecer cada oração, cada pensamento positivo enquanto estava naquela UTI em que tive três dias de risco, de piora e de risco de morte; Mas a oração do povo subiu para o céu. A oração dessas minhas senhorinhas, desses meus velhinhos, dos meus telespectadores, do meu filho amado, das pessoas que amam a gente de verdade e, acima de tudo, do olhar, da bondade e misericórdia de Deus, que Jesus estava comigo. É o amor quando você olha e vê que tudo vai dar certo e que a vida volta a brilhar dentro de você de uma forma diferente. Eu já não era igual, eu já estou muito diferente agora com as coisas certas, dos medos que eu perdi, porque depois de você passar por experiência de quase morte, você voltar, você não volta igual nunca mais.


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