27/05/2021 às 10h55min - Atualizada em 27/05/2021 às 10h55min

Soldado da PM que acusa tenente-coronel de assédio sexual e ameaças de morte é exonerada

Metrópoles
A ex-PM afirmou ao G1 que resolveu deixar o cargo devido à pressão que estava sofrendo dentro da corporação, com a repercussão que sua acusação teve na mídia. Jéssica denunciou o tenente-coronel da PM Cássio Novaes por assédio sexual e ameaças de morte e de estupro.

“Eu quero levantar essa bandeira, criar projetos para poder acolher essas mulheres, e também homens. Porque eles também passam por assédio moral, e até mesmo sexual. E são pessoas que não têm com quem contar, com quem falar, porque o sistema é muito difícil”, afirmou Jéssica.

Ela enfatiza que o assédio moral e sexual acontece em outras instituições e trabalhos, por isso, quer ampliar a voz de quem sofre esse tipo de violência. “Quero incentivar e dar voz a essas pessoas, para que elas denunciem”, disse.

“Antes, eu não sabia exatamente como era viver isso, porque nunca tinha passado por essa situação. Hoje, sei exatamente o que essas pessoas passam. Então, acredito que eu possa fazer alguma coisa em favor dessas vítimas”, afirma a ex-PM.

Denúncia

Após denúncia, feita em abril deste ano, o tenente-coronel foi afastado da PM e está sendo investigado pela corregedoria – a investigação está sob segredo de justiça.

O assédio à Jéssica começou em 2018, quando seu superior a chamou para sair. Apesar dela ter dito que era casada, ele não parou as investidas e passou a ameaçá-la. Segundo a ex-PM, Novaes a humilhava na frente de outros policiais e a sabotava na corporação. “Foram coisas muito baixas. Me ameaçou de estupro e de morte”, afirma Jéssica.

A PM

A Polícia Militar de São Paulo afirmou que recebeu a denúncia e imediatamente instaurou um inquérito policial militar para apurar rigorosamente os fatos. O órgão afirmou que afastou o oficial do batalhão e que a investigação é conduzida pela corregedoria.

Quanto à pressão que Jéssica diz ter sentido e justificado a demissão, a corporação afirmou que o pedido de exoneração é de autonomia exclusiva de um policial militar e dentro dos trâmites administrativos legais.

Sobre as advertências, a PM informou que qualquer punição administrativa, quando aplicada, segue o rito legal e o direito constituído à ampla defesa preceituado no Regulamento Disciplinar da Polícia Militar (RDPM).


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