23/05/2021 às 17h00min - Atualizada em 23/05/2021 às 17h00min

'Temos de agradecer à nossa direita', diz Bolsonaro no fim do evento de moto no Rio de Janeiro

Em discurso no Monumento dos Pracinhas, ponto final da "motociata" com apoiadores neste domingo, o presidente Jair Bolsonaro elogiou os valores conservadores.

- Temos que agradecer à nossa direita, àqueles que defendem a família, a Pátria e que têm Deus no coração - afirmou o presidente, em cima de um trio elétrico. - Podem ter certeza, nos vamos sim cada vez mais fazendo com que as pessoas eleitas por vocês façam melhor. Sei da enorme responsabilidade que eu tenho, mas sei do povo maravilhoso que me apoia - afirmou ele do alto de um carro de som.

Bolsonaro falou por pouco mais de cinco minutos ao lado do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que também estava sem máscara e não discursou, e do deputado federal Hélio Lopes. O presidente agradeceu a presença de seus apoiadores enquanto um locutor perguntava: “quem quer voto impresso?”.

Após a saída de Bolsonaro, as pessoas permaneceram no local, sem usar máscaras, junto a vendedores de bebidas e alimentos.

Além da multidão de apoiadores, o ato também promoveu reações contrárias ao longo de todo o projeto, com panelaços e palavras de ordem contra o presidente.

A "motociata" teve início pouco depois das 10h quando o presidente, sem máscara, passou pelo Parque Olímpico acenando para os apoiadores, muitos com camisa e bandeira do Brasil e aos gritos de "mito".

Grande parte dos motociclistas que acompanharam o presidente era de integrantes de motoclubes, que buzinavam e carregavam bandeiras do Brasil. Na Avenida das Américas, apoiadores esperavam o comboio no canteiro central tirando fotos e acenando.

A concentração de manifestantes provocou o fechamento da Avenida Embaixador Abelardo Bueno, sentido Centro. A CET-Rio auxiliou na organização do trânsito, trabalho que também contou com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP) e agentes da Guarda Municipal.

Durante a concentração, também ocorreram protestos isolados contrários à vacinação contra a Covid-19 e gritos para “liberar a ivermectina”, medicamento sem eficácia comprovada para a doença, mas defendido pelo presidente como forma de tratamento precoce.

Dezenas de motos que participavam do evento estava com a numeração das placas tampadas com adesivos, fita isolante e até máscaras faciais.

Organizado por Waldir Ferraz, ex-assessor e amigo do presidente, o "passeio de moto com o Bolsonaro" percorreu cerca de 60 quilômetros, do Parque Olímpico até o Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo.

Em nota, a Polícia Militar informou que a manifestação passou pela área de quatro unidades da Corporação: Barra da Tijuca, Leblon, Copacabana e Botafogo. Mais de 20 unidades da PM, com cerca de mil homens, foram mobilizadas para fazer a segurança.

O Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) também acompanhou a manifestação. O Batalhão de Vias Expressas (BPVE) monitorou a Linha Amarela, Avenida Brasil, Linha Vermelha e Transolímpica.

No domingo de Dia das Mães, Bolsonaro fez um passeio com motociclistas, em Brasília, que durou duas horas e encerrou no Palácio da Alvorada. O presidente causou aglomerações e, sem máscara, foi cumprimentar apoiadores.

Na ocasião, Bolsonaro disse que o passeio seria repetido em outras cidades. Ele havia citado o Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Segundo o presidente, o ato foi uma demonstração de amor à Pátria.

— É uma demonstração não-política, é uma demonstração de amor à Pátria de todos aqueles que querem paz, tranquilidade e liberdade acima de tudo — declarou o presidente em Brasília, onde também foi recebido pela multidão aos gritos de “mito” e “eu autorizo”.
O Globo

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