25/01/2021 às 19h34min - Atualizada em 25/01/2021 às 19h34min

Bolsonaro anuncia liberação de insumos por parte da China para fabricação da CoronaVac no Brasil

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (25) em uma rede social que a Embaixada da China no Brasil informou que estão liberados para exportação 5,4 mil litros de insumos necessários para a fabricação da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

Em carta ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o embaixador chinês Yang Wanming confirmou a liberação dos 5,4 mil litros de insumos.

"Venho pela presente cumprimentá-lo e, em continuidade da nossa conversa no dia 21 do mês corrente, aproveito para informar que a exportação ao Brasil do novo lote dos 5.400 litros dos insumos da CoronaVac acabou de ser autorizada pelos órgãos competentes da China. Espera-se que a sua chegada ao Brasil ocorra nos próximos dias", diz o texto da carta.

Após a publicação de Bolsonaro na rede social, Wanming escreveu mensagem na mesma rede: "A China está junto com o Brasil na luta contra a pandemia e continuará a ajudar o Brasil neste combate dentro do seu alcance. A União e a solidariedade são os caminhos corretos para vencer a pandemia".

De acordo com o presidente, os insumos que serão utilizados para a produção da Coronavac já estão em uma "área aeroportuária" prontos para serem enviados ao Brasil.

"A Embaixada da China nos informou, pela manhã, que a exportação dos 5400 litros de insumos para a vacina Coronavac foi aprovada e já estão em área aeroportuária para pronto envio ao Brasil, chegando nos próximos dias", escreveu Bolsonaro.

O Butantan depende da liberação de uma nova remessa de insumos da China para retomar o envase de doses da CoronaVac em São Paulo, afirmou na segunda-feira (18) o diretor-presidente do instituto, Dimas Covas.

Na semana passada, o governo de São Paulo já previa receber nesta semana os 5,4 milhões de litros, o que permitirá a produção de 5,5 milhões de doses da vacina, segundo informou o blog de Julia Duailibi. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que se reunirá com o embaixador chinês nesta terça-feira (26) para tratar do assunto.

O presidente afirmou ainda que os insumos necessários para a fabricação da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca, desenvolvida no Brasil em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, estão com a "liberação sendo acelerada".

Bolsonaro agradeceu a "sensibilidade" do governo da China e também aos ministros Ernesto Araújo, das Relações Exteriores; Eduardo Pazuello, da Saúde; e Tereza Cristina, da Agricultura.

Antes da aprovação do uso emergencial da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Bolsonaro questionou diversas vezes a eficácia da CoronaVac devido à origem chinesa.

Em outubro, o presidente chegou a suspender um acordo entre o Ministério da Saúde e o Butantan para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac.

"Tudo será esclarecido ainda hoje. Não compraremos a vacina da China", respondeu o presidente a uma apoiadora que pedia a exoneração do ministro Eduardo Pazuello por ter fechado o acordo de compra da vacina.

Na ocasião, em uma rede social, o presidente chamou a CoronaVac "de vacina chinesa de João Doria" e disse que os brasileiros não seriam "cobaia" de ninguém.

O Instituto Butantan é ligado ao governo paulista chefiado por Doria, um dos principais adversários políticos de Bolsonaro, e fechou parceria com a Sinovac e vai produzir a CoronaVac no Brasil.

Em novembro, o presidente disse em uma rede social que a vacina causava "morte, invalidez, anomalia". A declaração foi feita em uma rede social ao comentar a interrupção dos testes da vacina em decorrência da morte de um dos voluntários. A morte do voluntário não ocorreu por causa da vacina.

“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu Bolsonaro à época.

Na última sexta-feira (22), Bolsonaro afirmou que a vacina "não está comprovada cientificamente". A afirmação não é verdadeira. A eficácia e a segurança da CoronaVac foram comprovadas em ensaios clínicos conduzidos no Brasil.
G1

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