19/11/2020 às 09h02min - Atualizada em 19/11/2020 às 09h02min

Alvo do inquérito das fake news, deputado bolsonarista quer anular as eleições

IG
Deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados
O deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) enviou um pedido à Procuradoria-geral da República (PGR) para que as eleições municipais de 2020 sejam anuladas. O parlamentar, que é policial militar no Rio de Janeiro, é um dos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em uma publicação no Twitter, Silveira diz que solicitou a anulação do pleito e apresentou uma notícia-crime à PGR por supostos "eventos que tiraram a lisura do processo eleitoral". Ele ainda afirmou que entrou em contato com o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O deputado não apresentou nenhuma prova de fraude.

Por favor pessoal! Já oficiei o ministro Barroso pedindo a anulação destas eleições, pois estão claramente viciadas e ingressei com notícia crime na PGR para que seja investigado.

Pressionem os deputados a fazerem o mesmo. As eleições FORAM FRAUDADAS, a lei exige anulação!

A posição de Daniel vai na mesma linha que a do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tentou diminuir a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. Ele diz que isso teria acontecido por poucos dos seus candidatos apadrinhados terem tido sucesso nas eleições municipais.

No primeiro turno do pleito, houve atraso na totalização dos votos, o que inflamou a militância digital bolsonarista. Segundo o TSE, a lentidão na divulgação dos votos foi provocada por uma falta de calibragem na inteligência artificial do banco de dados da Oracle, que deveria garantir o processamento veloz das informações.

De acordo com Barroso, a demora foi por conta de problemas no programa de inteligência artificial implantado, que demorou do que o previsto para aprender como lidar com o grande volume de dados recebidos.

Apesar do problema técnico, o presidente do TSE reforçou que "não houve nenhum tipo de comprometimento para a fidedignidade do voto, para a fidelidade da manifestação da vontade popular".

Na segunda-feira (16), dia seguinte à votação, Barroso disse ver "motivação política" nos ataques sofridos pelo sistema da Justiça Eleitoral e apontou a ação de "milícias digitais". Nas redes sociais, ele disse que houve uma atuação articulada para tentar desacreditar as instituições do País.


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