18/11/2020 às 18h13min - Atualizada em 18/11/2020 às 18h13min

Ex-major da PM é condenado a 45 anos por sequestro e estupro de crianças

Emaisgoiás
Foto: Divulgação/TV Anhanguera
O ex-major da Polícia Militar (PM) Cristiano Silva de Macena foi condenado a 45 anos e oito meses de prisão por sequestrar e estuprar duas irmãs, de 11 e 12 anos, em Rio Verde. O crime foi cometido em outubro do ano passado. O militar também foi condenado por adulteração de sinal identificador de veículo. Ele continua recolhido no presídio militar, em Goiânia.

De acordo com o advogado assistente de acusação, Gilson Lima Costa, com a decisão, “as vítimas e os familiares se sentem um pouco reconfortados diante dessa condenação. Vamos estudar todos os pontos da sentença e, onde houver alguma possibilidade de aumento de pena, vamos interpor um recurso para aumentar a pena sim.” 

“Não achamos que será o suficiente diante a monstruosidade que esse ‘homem’ fez, ele destruiu a vida de duas crianças e a vida de uma família inteira, essa monstruosidade jamais se apagará da mente dessas pessoas, 100 anos de condenação ainda seria pouco”, afirma. 

A sentença foi proferida pelo juiz Eduardo Álvares de Oliveira, na tarde da última-terça-feira (17). O Mais Goiás entrou em contato com a defesa de Cristiano, representado pelo advogado Tadeu Bastos e aguarda um posicionamento.

O portal também encontrou em contato com a PM que, por meio de nota, disse que “tem por conduta o cumprimento de todas as determinações emanadas das autoridades competentes, e que irá cumprir a decisão de ordem judicial, cabendo discussões apenas no campo jurídico.” Vale ressaltar que o juiz pode solicitar a expulsão dele da corporação, mas a decisão é tomada pela própria PM.

Relembre o crime

Cristiano foi preso no dia 23 de outubro de 2019. Segundo a Polícia Civil (PC), as vítimas contaram que o então militar pulou o muro e entrou na residência onde as crianças moravam. Ele teria amarrado a avó das irmãs e sequestrado  as crianças. Ainda em depoimento, as meninas relataram que foram levadas para uma casa sem muitos móveis e que foram abusadas durante cerca de duas horas.

Na época do crime, o delegado Carlos Alberto Batista ressaltou que o crime poderia ter sido premeditado. Isso porque, dois meses antes do estupro, o major participou de uma operação em que a mãe das meninas era investigada. Na residência, foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Após isso, uma chave da casa teria sumido.

“Não consta sinais de arrombamento do casa. Por isso que também foi descartada a presença de uma segunda pessoa na participação no crime. Além disso, a casa dele e o veículo passaram por perícia e foram encontrados vestígios que indicam que as meninas estiveram lá. Entretanto, aguardamos os resultados dos laudos para ajudar a concluir as investigações”, pontuou.

Os abusos foram comprovados em exames. Atualmente, as vítimas passam por tratamento e apoio psicológico. No último dia 24 de outubro daquele ano, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) solicitou a conversão da prisão em flagrante para preventiva. O pedido, feito do promotor Fabrício Lamas Borges, foi justificado pela periculosidade do caso e por haver indícios de que o policial poderia comprometer provas.

No dia seguinte, o juiz Rodrigo Melo Bustolin converteu a prisão após audiência de custódia. À época, o Comando Geral da PM informou que ele havia sido exonerado do cargo de comandante da Companhia de Policiamento Especializado (CPE). O cargo ficou sob responsabilidade do capitão Ronniery de Morais.


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