03/05/2017 às 17h43min - Atualizada em 03/05/2017 às 17h43min

CRM define situação de superlotação do Hospital Arlinda Marques como 'clima de guerra'

Redação com Portalcorreio
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O Conselho Regional de Medicina constatou na manhã desta quarta-feira (3) uma série de irregularidades no Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa. O diretor de fiscalização do órgão, João Alberto Morais, esteve no local e flagrou situações de superlotação, desconforto, entre outras anormalidades. Segundo ele, o órgão já acionou o Ministério Público Estadual e também o Federal.
“É um clima de guerra, não tem outra definição. Eu acho que o hospital Arlinda Marques está vivendo uma situação caótica, motivo pelo qual já entrei em contato com o Ministério Público Estadual e até federal, mostrando a dificuldade que está passando o hospital. É um hospital onde a superlotação existe, desconforto é enorme para os pais, sofrimento para as crianças, chega a ser até em condições até de suplicio destas crianças. Tem demora no atendimento, pacientes levando 4, 5 dias para ser internado, já houve caso inclusive de morte, enfim, é um caos que as autoridades precisam tomar um posicionamento”, alertou.

Segundo ele, por conta da situação precária, o CRM poderia inclusive retirar os médicos do local. Porém, ele alertou que isto poderia causar ainda mais transtornos. Por conta disto, a pedida do órgão foi sequestrar os bens do hospital e solicitar que hospitais particulares também realizem os atendimentos.
 
“Eu podia ter tirado os médicos daqui, consequentemente a população ficaria sem assistência, isto seria um caos, pior ainda e não vai resolver o nosso problema. A minha propositura junto ao MP, é que tente fazer um sequestro de bens e que se abram estas portas para o hospitais particulares que possam receber esta demanda”, finalizou.
A mãe de um paciente que estava no local e que não quis se identificar, também falou sobre a situação do hospital. Ela afirmou que já chegou a passar o dia inteiro para conseguir uma consulta.
“Aqui é muito ruim. Já cheguei aqui uma vez às 7h e fiquei até as 22h. A situação lá dentro é precária. Não tem leitos para todo mundo, tem criança que fica no colo da mãe. Outras, a mãe não tem como acompanhar a criança e o filho fica lá sozinho”, relatou.

Secretaria Estadual de Saúde

A Secretária Estadual de Saúde, Cláudia Veras destacou que esse período do ano é comum haver um aumento de casos envolvendo infecções respiratórias e, consecutivamente, aumentam os números de atendimentos.
"É importante que a população saiba que os atendimentos crescem de acordo com a demanda. Os casos de infecções respiratórias cresce muito nesse período de inverno, então, os atendimentos aumentam também", destacou Cláudia Veras
Sobre a superlotação do Hospital Arlinda Marques, a secretária disse que já encaminhou a situação, há pelo menos três semanas, ao Ministério Público Estadual e Federal, se reunindo com os responsáveis dos órgãos e também com a Prefeitura de João Pessoa para resolver a situação.
"Enviamos essa notificação ao Ministério Público, onde tivemos uma audiência com os responsáveis, e teremos outra reunião com a presença também da Prefeitura de João Pessoa, para chegarmos a um acordo de compactuação para resolver esses problemas de superlotação no hospital", finalizou a Secretária Estadual de Saúde, Cláudia Veras.


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