31/08/2020 às 15h10min - Atualizada em 31/08/2020 às 15h10min

Cabeleireira trans é executada após testemunhar assassinato de membros de facção

G1
A cabeleireira Soraia de Oliveira Santiago, trans, foi morta por ver homicídio — Foto: Reprodução
Dois integrantes de uma facção criminosa suspeitos de envolvimento em um duplo homicídio no Bairro Maraponga, que teve uma transexual como uma das vítimas, e uma morte ocorrida no Bairro Parangaba, ambos em Fortaleza, foram presos pela Polícia Civil. Os crimes ocorreram no mesmo dia, com minutos de diferença.

A trans, identificada como Soraya de Oliveira Santiago, de 35 anos, foi executada por ter presenciado a morte de um dos alvos dos criminosos. As informações foram divulgadas na manhã desta segunda-feira (31), durante uma coletiva.

Conforme o delegado Leonardo Barreto, diretor do DHPP, Francisco Anderson Pereira Costa, de 25 anos, com duas passagens por roubos e uma por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, e Sidney Marques Sousa, também de 25 anos, com antecedentes criminais por homicídio, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e permitido, associação criminosa e posse de droga, foram capturados na última sexta-feira (28), após terem o mandado de prisão preventiva cumprido.

Anderson foi preso no Bairro Vila Manoel Sátiro, na capital, enquanto Sidney foi localizado no bairro Jereissati I, em Maracanaú. Outros envolvidos já foram identificados e estão sendo procurados pela polícia. As investigações sobre o caso foram coordenadas pela 9ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).


Trans testemunhou crime

De acordo com a Polícia Civil, a transexual Soraya, que trabalha como cabeleireira, foi morta pelos criminosos por testemunhar a morte de Francisco Ediberto dos Santos Brasileiro, de 39 anos, que seria o alvo da dupla.

Os corpos de Soraya e Ediberto foram encontrados com marcas de tiros próximos à margem da Lagoa da Maraponga, no dia 12 de julho.

As vítimas foram recolhidas para a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), onde foram periciados e identificados, já que nos momentos iniciais da ocorrência não foi possível realizar a identificação dela.

Ao todo, 15 transexuais e travestis foram mortas no Ceará este ano. O caso mais recente aconteceu na madrugada do último sábado (29), quando uma travesti identificada como Branca foi executada próximo à BR-116, no Bairro Pedras, em Itatinga, na Grande Fortaleza.

Homicídio minutos antes

Ainda segundo a polícia, minutos antes da morte de Soraya e Ediberto, os dois homens presos participaram da morte de Gerson Ediberg Pereira dos Santos, 47 anos, ocorrida no mesmo dia, no Bairro Parangaba.

A vítima estava dormindo em uma calçada próxima ao terminal quando foi atingida pelos disparos.

Levantamentos da polícia apontaram que Ediberto e Ediberg eram pessoas em situação de rua e foram mortos por pertencerem a território rival ao do grupo que executou os crimes.

Os dois presos, assim com os outros foragidos, segundo a polícia, foram indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil, sem chance de defesa da vítima e para assegurar a execução do crime. Além disso, os suspeitos também irão responder por integrarem organização criminosa armada.

O inquérito policial sobre os casos já foi encaminhado ao Poder Judiciário, ocasião em que o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) decidiu denunciá-los pelos crimes. A Polícia Civil segue com as investigações em andamento para capturar os outros envolvidos nos homicídios.


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