07/06/2020 às 07h35min - Atualizada em 07/06/2020 às 07h35min

Presidente de Câmara é preso suspeito de fraude em compra de respiradores

O Dia
O presidente da Câmara de Vereadores de São João de Meriti, Davi Perini Vermelho, foi preso, na manhã deste sábado, durante a Operação Oxigênio, realizada pela Polícia Civil, que investiga a venda irregular de respiradores para o estado de Santa Catarina.

A ação tem o objetivo de cumprir três mandados de prisão e cinco de busca e apreensão, e contou com a participação também do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Polícia Civil de Santa Catarina. Os crimes investigados são de peculato e corrupção passiva.

O Departamento de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) descobriu, durante as investigações, a fraude na negociação de 200 respiradores que tiveram contratos superfaturados, no valor de R$ 33 milhões, pagos de forma antecipada pelo governo de Santa Catarina.

De acordo com a especializada, os equipamentos foram vendidos pela empresa VeigaMed, sediada em Nilópolis, na Baixada Fluminense, de forma irregular, sem licitação para aquisição emergencial.

O vereador de São João de Meriti, foi identificado nas investigações como sendo o comprador da empresa VeigaMed. Além dele, também foi preso o advogado Cesar Augustus Martinez Thomaz Braga, que teria firmado documentos na qualidade de Diretor Jurídico do grupo empresarial.

O escritório de advocacia em que Cesar Augustus atua foi alvo de busca e apreensão, com a presença de representante legal da OAB/RJ. Os mandados de busca foram cumpridos no Centro do Rio, Leblon, Barra da Tijuca, Vargem Pequena, e na cidade de Petrópolis, na Região Serrana.

Ainda se encontra foragido, o procurador da VeigaMed, Pedro Nascimento Araújo, que, segundo a polícia, atua como diretor executivo da empresa.
Procurada, a defesa do vereador Davi Perini Vermelho, afirmou que ele não tem nenhuma relação com a compra desses respiradores e que está tentando a cópia da decisão que determinou a prisão, para combatê-la com um habeas corpus até segunda-feira. Ao DIA, o advogado Silva Neto declarou ainda ter estranhado a prisão de seu cliente, já que Davi estava colaborando com a Justiça e não apresentava nenhum risco às investigações ou ameaça de fuga.

"Há três semanas, o próprio vereador, ciente de que não tinha nada a ver com a negociação desses respiradores, pediu que eu fosse com ele até Santa Catarina, para prestar esclarecimentos no Ministério Público de lá. Mas, houve demora para atende-lo e por conta do horário do seu voo de volta ao Rio, precisou ir embora. Mas na semana passada, por vídeo conferência, fizemos essa audiência e ele esclareceu ponto a ponto tudo que os promotores e delegados de Santa Catarina requereram dele. Além disso, a prisão dele, ao meu ver, foi uma ilegalidade desnecessária em relação a ele, primeiro porque ele é presidente da Câmara de Vereadores, segundo porque ele foi lá em Santa Catarina por conta própria para contribuir com a justiça, e terceiro, porque ele já prestou os esclarecimentos dele. Ainda hoje, através de uma advogada que está em Santa Catarina, estou tentando a cópia da decisão que determinou a prisão, para combatê-la com um habeas corpus", declarou o advogado Silva Neto.


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